O erro (lamentável) de Belém...
A SOMBRA FANTASMAGÓRICA DE SOARES...
As comemorações do cinquentenário da Europa são do Estado e da sociedade portuguesas; a integração plena de Portugal na Europa é um feito nacional - do povo português - (com excepção dos comunistas mais retrógrados da Soeiro Pereira Gomes) que sempre rejeitaram a nossa adesão à Comunidade Europeia. Hoje, essa gente nem sequer deveria ter legitimidade para abrir a boca. Mas Jerónimo-torneiro é alarve.. Deve-se moderar. Portanto, trata-se dum feito oficial que diz respeito a todos os portugueses, mormente a Mário Soares que nele teve uma participação política muito relevante. Não se trata, pois, da celebração do nascimento de mais um netinho de Cavaco, mas sim duma matéria de interesse nacional, e Belém deveria ter sabido honrar esses compromissos. Não o fez, lamentavelmente...
Isto conduz-nos à teoria geral da política que passa, naturalmente, pela avaliação da condição humana. É que possuir a força e dispor dela como se quer pode conduzir a resultados perversos. A partir de certo momento, sobretudo em que se faz um mau uso do poder que se tem, que Cavaco tem, pode-se provocar um enfraquecimento, seja porque a inveja e o medo levam os amigos e aliados a separarem-se e a juntarem-se ao campo adversário, seja porque o sentimento de superioridade provoca uma falsa sensação de segurança que conduz a um afrouxamento interno devido à ausência de uma competição aberta, seja por cálculos de prudência e de avaliação do pior, pois esse mau uso do poder degenera em preocupações pusilânimes, seja, finalmente, porque a embriaguez da glória faz perder de vista os objectivos políticos.
Por vezes apenas só temos de fazer uma coisa simples: mudar de óculos, de lentes ou, talvez, de ideias e maneira de pensar. A mesquinhez sempre representou um sério motivo do nosso atravancamento cultural e foi (e é...) fonte de subdesenvolvimento económico e social (e espiritual, o que é mais triste..).
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