sexta-feira

Joseph Bonano, o Don da Máfia but a man of honour...

A FAMÍLIA
O nosso estilo de vida estava centrado na "Família" (conceito alargado). Uma Família com F maiúsculo, para a distinguir dos parentes próximos), na acepção siciliana do termo, é formada por um grupo de pessoas, amigos ou aliados conjunturais, bem como de parentes de sangue, correligionários políticos, irmãos nos negócios autárquicos ou nacionais, unidos pela confiança uns nos outros. Mas de que confiança se trata? Aparte as suas actividades individuais - criminosas ou normais para encobrir aquelas (branqueando-as), os membros dessa Família têm o dever inabalável de se apoiar uns aos outros, por todas as formas e meios que podem, com vista a prosperarem e evitarem qualquer dano. Ainda que nessa jogada fraudulenta e criminosa, fique uma comunidade inteira a perder. É isto que é uma Família ao estilo da máfia siciliana que o séc. XX testemunhou e o séc. XXI vem hoje sofisticando, com mais ou menos aptidão para a chamada criminalidade política. Ou, como também aqui temos denominado esse conjunto de práticas: sinistralidade política, dado que os acidentes (económicos, fiscais, sociais) com efeitos colaterais na vida de terceiros, i.é, da comunidade, é de monta e devem ser apurados, julgados e condenados.
O ano passado já aqui publicámos Joseph Bonano, um contrabandista de bebidas alcoólicas, um pistoleiro, um agiota, um extorsionário e Don da Máfia. Mas a particularidade deste homem é que sempre pensou em si como um homem de honra, um homem para quem a tradição tinha a maior importância, cujo bom nome e reputação vinham antes de tudo.
Aqui vemos Joseph Bonnano, que afirmou ter sido raptado, por isso desapareceu na noite anterior ao dia em que devia ser interrogado por um grande júri federal, em 1964. Desconhecemos se tinha alguma fleubite, braço ou antebraço partido de forma a - artificialmente - eximir-se à Justiça.
Enfim, teatro no pior sentido, até parece que já vimos este filme por cá - alí no Hospital de Stª Marta. O problema é que os mafiosos lusos não têm nem golpe nem asa, são uns trolhas de vão-de-escada que voam baixinho que mais parecem aqueles chicos-espertos da construção civil que vão para o El Corte inglês desviar toblerones e caramelos de Badajoz para o fundo de bolsos rotos - cujo estardalhaço depois toda a gente nota.
É gente que além de ser inculta, i.é, de nunca ter lido nem dispôr de cultura cinematográfica são, por natura, uns idiotas cuja única valia é passarem os dias, as noites, as tardes e as manhãs na secções de voto para se pendurarem nos tachos que o partido lhes pode oferecer. Nem que para isso tenham queimado a sua juventude e adolescência nessas andanças, infelizmente conheço alguns desses abortos-políticos, idiotas úteis que nem falar saber. E no fim de cada intervenção logo perguntam: então falei bem!!! Alguns desses idiotas chegam mesmo a telefonar para saber como se escreve uma plavra simples, que alguém com a 2ª classe já esqueceu.
Infelizmente, é este o traço da gente que colonizou as autarquias deste miserável Portugal, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. A Justiça em Portugal pouco faz. Por isso, continua a cheirar mal em Lisboa, mas esperemos que um trovão demita a cambada de idiootas, de parasitas e de népotas africanos que assaltaram a Capital e outros mais destinos do Portugal contemporâneo. Não apenas em nome do interesse comum dos lisboetas, mas também em nome da higiéne e da sanidade mental de todos nós.