quinta-feira

A responsabilidade irresponsável e as confusões místicas

A democracia representativa é hoje atacada de diferentes formas, por vários lados, é disso que se ocupa o "caderno de encargos" de certos players ligados ao sector banco-burocrático. Coitados dos sindicatos ao pé desta gente, são anões. Em pista paralela a esses ataques à democracia representativa encontramos hoje um ou outro português que ainda acredita que José Mª Balaguer, fundador da Opus day, é que é o Primeiro-Ministro em Portugal; e depois seguem-se os restantes 10 milhões de portugueses que acreditam ser Sócrates o verdadeiro PM do país.
E é nas margens dessa desconfiança de uns - e certeza de outros - que a fé se escapa, sendo que a melhor maneira de a encontrar é pôr um anúncio num jornal católico. Outros recorrem mesmo ao serviço de borlas do Patriarcado para encomendarem acções de graças - numa tão foleira quanto ridícula companha de marketing pessoal. Se lessem Philip Kotler ou Peter Drucker - jamais escolheriam esta encenação, tão exuberante quanto ridícula e ineficaz.
Pergunto-me por que razão estas coisas ainda acontecem, em pleno III milénio... Será porque um dia Jesus disse: amai-vos uns aos outros!? - fazendo-nos passar por situações embaraçosas!! Ponho-me a pensar em certas jogadas que certos pequenos burocratas sem alma fazem, e só posso concluir que se Judas vivesse hoje entre nós, em vez das 33 moedas, recebia era um lugar no Conselho de Administração do b c p.
Para concluir esta miserável croniqueta, porque a imagem supra também não oferece inspiração maior, digo que quem reza é porque não tem mais nada que fazer. Na verdade, quando vemos certa gente a rezar - quando habitualmente os vemos a mexer no dinheiro alheio (no dinheiro dos portugueses, o que têm e os futuros) até dá vontade de ser anjo no altar e perguntar aos hipócritas e fingidos que cá em baixo de encontram - se têm o seguro de vida em dia, o subsídio de férias, o 15.º mês e a reforma por invalidez quando - lhes caem as asas..
O inferno, afinal, sempre foi recordar o paraíso perdido. Ontem operou-se um pequeno drama simbólico-religioso na Sé de Lisboa, e do acto guardo a ideia de que quando Deus estava a fazer o homem à sua imagem e semelhança não teria estado o tempo suficiente em frente ao espelho no caso-bicudo do Sr. Macedo.
  • Dedico este post aos verdadeiros crentes, os mesmos que nunca precisam de ensaiar coreografias manhosas no interior das igrejas para manifestar a sua autêntica fé. Por regra, esses, até só entram nelas quando se encontram vazias, são, de resto, sempre mais belas.
  • Como sugestão de leitura ao Sr. Mcedo - que além de revelar um QI mui mediano - denuncia uma tremenda falta de cultura política - receitamos-lhe um clássico para ler enquanto espera: talvez o Nicolau - ou o Príncipe ou mesmo os Discorsi. Para começar, talvez fosse aconselhável arrancar por uma edição em BD - que sempre é de mais fácil leitura e apreensão.