Dejá - vu Sampaio ou Sampaio déja vu
Fernando Madaíl (in dn)
Sem comentar directamente as acusações de Santana Lopes sobre a forma como demitiu o XVI Governo, o ex-presidente da República (PR), Jorge Sampaio, admite que leu "bocados" do livro 2004 - Percepções e Realidade, mas diz que não está disposto a "andar à cotovelada" com as pessoas com quem se relacionou nos dez anos que passou em Belém.
Além de reafirmar que, em 2004, fez um interpretação correcta sobre o sistema semipresidencialista português, ao não dissolver o Parlamento em Julho e ao fazê-lo em Novembro, o antigo PR lembra que esse poder é uma livre competência do Chefe do Estado. Na entrevista concedida ontem à RTP considerou que - assim como sucedera quando os seus antecessores (Ramalho Eanes em 1983 e Mário Soares em 1987) também optaram por dissolver a Assembleia da República e convocar eleições - a "resposta" do povo português lhe deu razão. Caso contrário, "estaria em muitos maus lençóis até ao final do mandato".
No que se refere à crise de Julho, recorda que até lhe telefonaram chefes de Estado europeus, nomeadamente Chirac e Blair, a questioná-lo se era necessário haver eleições com a ida para Bruxelas de Durão Barroso - que Sampaio reconhece ter incentivado logo a aceitar o cargo, como antes já tinha feito com Guterres. Mas, além disso, e apesar das críticas do partido de que sempre pagou as quotas e das "amizades perdidas" (com Ferro Rodrigues, "até agora", ainda não refeita), adianta que dissolver o Parlamento, nessa altura, "seria a presidencialização das eleições legislativas". (...)
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Obs: Se há imagens que valem por 1000 palavras esta é uma delas. O que vemos? Aparentemente, dois homens fazendo birra; aparentemente um quer presidir mas não sabe como, o outro pretende governar mas não tem vocação. Gera-se uma frustração recíproca de efeitos antecipados. Sampaio xu-xa, sLopes procura "mama" mas fica pendurado. E é assim o nosso sistema semipresidencialista, com um ex-PR a formar o seu processo de tomada de decisão em matéria de eleições antecipadas com base em telefonemas de Chiraque e de Blair para Belém - quiça telecomandados a partir da Sala Oval. Assim, durão fazia a Cimeira dos Azores, Sampaio incitava-o a ocupar a emigrar para a Europaca (como sucedeu com Guterres, hoje no mundo. mas com vocação), depois, como prémio, Blair dava-lhe o apoio politico-diplomático para a cadeira de Bruxelas, e o desmiolado do Bush vingava o pai e fazia a sua guerrazinha ao Iraque cujos resultados hoje são nesfastamente conhecidos. Mesmo que quisesse Sampaio jamais conseguiria fazer pior. Hoje parece que o ex-PR anda pelo mundo como embaixador-itinerante a tratar da turberculose aos desvalidos, esperemos que Sócrates não se lembre dele para ocupar a pasta da Saúde quando Correia de Campos for corrido do governo, tamanha é a sua inépcia. É nisto em que se traduz as entrevistas de Sampaio. Então, não seria melhor que o senhor fosse jogar golfe para o Magreb...
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