sexta-feira

A arte e a literatura no Tribunal de Contas

Se o Presidente do Tribunal de Contas soubesse o que é dignidade, já tinha apresentado a sua demissão. Como o afirmei quando foi nomeado agora reitero o que disse: é um comissário (!) em comissão de serviço.

****************************************

Diz alí o autor do blog David Oliveira do Pleitos, Apostilas e Comentários - que o Guilherme já se deveria ter demitido da função que actualmente ocupa no TC. Aliás, essa questão colocou-se ab initio, porque se entendia que aquela função exigia alguém com outro perfil, não um juíz de carreira, nem alguém como Guilherme de Oliveira Martins apenas porque foi ministro das Finanças e era do PS. Cremos que estaria melhor numa pasta de natureza mais cultural, como o ministério da Cultura, até porque é esse o seu perfil histórico, literário, cultural.
Um conhecedor de Eça de Queiróz, como o Guilherme, deveria gerir mais um CCB, um Jornal de Letras, uma Cinemateca ou mesmo o Club recriativo e filarmónico do Alto da Ajuda - nunca um TC, além da próprio engulho que criou ao PS e ao governo, que assim perdia isenção, margem de manobra e credibilidade. Recorde-se que o GOM saíu dos bancos da AR como deputado directamente para o TC.
Mas talvez o mais interessante em toda esta "contabilidade pública" meio kafkiana - que armadilhou tudo isto, se deva ao facto de ninguém acreditar que o Guilherme é mesmo o Guilherme, porque todos acreditam que se trata de Mr. Bean; por sua vez, no RU - todos parecem crer que Roan Atkinson é agora presidente do Tribunal de Contas. E em Belém, Cavaco, e em S. Bento, Socas, ficam muito confusos porque nem eles sabem com quem falam. Conta-se até que Cavaco já atende os telefones em inglês; e Socas quando liga para o TC pergunta se o 007 está. Não é isto admirável!?
Qualquer dia só nos falta ver o Guilherme aos comandos dum F16 a sobrevoar alí o Parlamento por ocasião do Dia das Comunidades no 10 de Junho, e ao enganar-se na rota vai parar ao leito conjugal de Mª Cavaco Silva no Palácio Rosa. Rezemos, pois, para não ocorra (mais) nenhum acidente... Acidente por acidente, basta-nos o da contabilidade pública made in TC.