terça-feira

O "grande" Zaramago

Saramago: "La Navidad es una burbuja consumista que nos aísla del Apocalipsis" (link)
El escritor José Saramago considera que la época navideña, caracterizada por el consumismo y despilfarro en los países ricos, supone "vivir en una burbuja que nos defiende de lo que pasa afuera", donde hay personas que "nacen en el Apocalipsis, viven toda su vida en él y no tienen ninguna esperanza".
En una entrevista concedida a Efe durante una visita a Barcelona, el escritor portugués, ha destacado, con un discurso tremendamente pesimista, que esta situación "es uno de los dramas de la Humanidad" y ha advertido de que "lo que está pasado afuera es un crimen". Este mundo no tiene solución, no nos merecemos la vida
Saramago recuerda que "nunca se ha podido vencer el hambre y la miseria", pero ahora "hay muchos más ricos que hace 50 ó 100 años, mientras los pobres se han multiplicado". "Hay que tener en cuenta que la distancia entre los que tienen y los que no tienen sólo guarda paralelismo con la distancia que existe entre los que saben y los que no saben, y los que no tienen son los que no saben", por lo que "son condenados desde que nacen", explica el célebre autor lusitano. "Este mundo no tiene solución, no nos merecemos la vida", ha sentenciado el escritor, premio Nobel de Literatura en 1998. El hombre es el único animal que tortura a sus semejantes
Saramago ha apuntado que se tiene que ver "si la paz realmente es posible, porque hasta ahora no lo ha sido", en parte porque "imaginar al hombre como un ser pacífico, es completamente imposible". "El hombre es el único animal que tortura a sus semejantes", por lo que "no nos merecemos mucho respeto como especie", ha apuntado el escritor. Saramago se ha mostrado también muy pesimista respecto el futuro de Europa, que "no está definida, no se sabe lo que es y, al fin y al cabo, es un proyecto social que ha fracasado, porque no logra conciliar intereses", ya que "cada uno está tirando por su lado".
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Obs. miseráveis acerca de perfis socio-literários não menos miseráveis.
- Temos aqui criticado Zaramago. Não gostamos do perfil da sua obra nem da forma como se posiciona na sociedade portuguesa. O ódio, a raiva, a soberba, a avareza, a ira, a gula, a inveja... Não há pecado capital que esse escritor não tenha. Basta vê-lo 2 min. a debitar banalidades on tv para corroborar tudo aquilo temos dito vindo a dizer. Entre os seus pares não é estimado ou considerado, nem agora nem antes de 1998 (data do nóbel da literatura). Mais de metade da sociedade também não o aprecia. Há, porém, jovens escritores que o seguem e que ele apadrinha. E da dezena de livros que tem 2 ou 3 têm qualidade, mas quem sou eu - para o avaliar, mas posso opinar. Devo fazê-lo até.

- Vejamos: no plano humano, ideológico, político, funcional Zaramago sempre foi um sectário, alguém que não conseguiu superar o fim do comunismo que matou, explorou, turcidou, purgou. Em 19989 - com a queda do Muro - este escritir ficou órfão, e em vez de fazer algum revisionismo histórico e intelectual e adaptar-se aos novos tempos, dele recordamos os saneamentos que fez a colegas seus jornalistas por discordarem da sua linha sovietista (ou albanista) no Verão quente de Abril. Foi, pois, um comuna empedernido imbuído dum esprito nacional sectário e fracturante. Lamentavelmente, isso transparece na sua literatura e nas suas opções literárias;

- Depois Sousa Lara vetou-lhe um livro por atentar contra a moral cristã e liberdade de expressão (religiosa). Não o devia ter feito, foi um tremendo erro político do então sub-Secretário de Estado. Foi censura, contudo isso não justifica a conduta que o escritor tem tido desde então para com o seu País, seja com governos do psd (com quem fez as pazes), seja hoje com o governo socialista. Com aquele sempre foi sobranceiro (por odiar Cavaco), mesmo depois de ter ido comer os pastelinhos de bacalhau a S. Bento e ter bebido o cálice da paz com o então PM, durão; com o governo Sócrates revela-se igualmente arrogante. Há uns meses Isabel Pires de Lima, actual ministra da Cultura, solicitou ao nobel que ajudasse numa campanha de promoção da leitura dos livros/escritores portugueses. Respondeu que isso seria uma ilusão, dado que os tugas têm uma relação com a leitura como certas epidermes com as bexigas: é uma fatalidade. Pelo que não concertou posições ou agenda para ajudar o governo português, o País, em implementar essa campanha em prol da cultura em Portugal. Fez antes uma conferência em Oeiras onde proclamou essas barbaridades, depreendendo-se que os tugas só o lêem a ele. Miserável...

- Há dias, Marcelo dizia que um escritor pode ser bom independentemente do seu perfil, background, ou seja, um escritor pode até ter defendido as posições de Hitler, negar a dimensão do holocausto, elogiar as virtudes da ex-URSS e as qualidades e virtudes de Stalin, louvar a Cuba do energúmeno Fidel - onde ainda se mata e manda matar por mero delito de opinião, etc, etc. Recordamos aqui as amizades do nobel português com Fidel Castro, esse ditador que tem humilhado o seu povo há mais de meio século. Mas marcelo de sousa tem a liberdade de ter as suas opiniões, e até a liberdade de dizer as suas banalidades de fim-de-semana, posto que elas dão votos à esquerda e ao centro, e isso poderá um dia dar-lhe jeito na corrida a Belém - que ele acalenta. Marcelo tem, pois, como qualquer um de nós, o direito à asneira, e nós, por aqui, também temos o direito de pensar que enquanto Zaramago não fizer um romance a denunciar os crimes da ideologia comunista no séc. XX, da práxis de purgas e de assassinos em massa - até em maior número do que o holocausto - ficamos sempre a pensar que o nobel é alguém que tem uma visão sectária da vida, do homem e do mundo.

- Depois, zaramago não inova em nada: nos temas, nas doutrinas que expõe, na filosofia e no imaginário. Tudo o que diz hoje já foi tratado na década de 70 em romances de maior fôlego na Europa e por correntes literárias mais estimulantes. Pelo que quando identificamos o nosso conceito de arte literária com literatura de imaginação ou ficção, estabelecemos os pressupostos que nos permitem delimitar o campo da literatura considerada como actividade do espírito humano. Recordo aqui o génio que foi Alfonso Reyes quando diz que das três formas principais da actividade produtiva do espírito, a filosofia se ocupa do ser, a história e a ciência do suceder real e a literatura do suceder imaginário, integrado por elementos da realidade, mas construído - num outro plano da existência. É óbvio que o escritor em algumas das suas obras consegue alguns desses desideratos, mas não, em nossa opinião, a ponto de fazerem dele um nobel - que exige sempre uma excepcionalidade que, a nosso ver, ele manifestamente não tem. Mesmo que Espanha inteira o leia ao serão ou na siesta... Deve ser para irritar os tugas...

- Nem a qualidade da sua ficção, a experiência psicológica da sua obra literária (e dos seus personagens), o significado que lhe dá, além de considerandos estéticos, fonéticos, estilísticos e muitos outros que não tenho competência para ajuizar - fazem de Zaramago um nobel. Já agora - façamos um exercício saloio mas sintomático: quantos de nós conseguiram ler de início ao fim os seus livros??? Zaramago pode até ser um escritor razoável, mas não é um escritor excepcional a ponto de ter merecido um nobel.. Tamanha injustiça relativa para os "outros" que estavam na fila em melhores condições. Outros escritores portugueses... Depois, falta-lha coerência, legitimidade, verticalidade. Ele pode desancar em tudo aquilo que cheire a cavaquismo, até se compreende que o faça (dado o veto de 1991 ao seu livro), mas nunca será um homem livre senão fizer um trabalho digno de nota combatendo as ditaduras de esquerda - que ele sistemáticamente tem desculpado, cumpliciado ou até relativizado. Esta sua deriva literária revela um sectarismo execrável.

- Terei eu alguma competência para aqui o dizer? Dado que não sou especialista em literatura... Bom, como português que leu os Eças, os Camilos, os Dinis, os Ulisses, os Cervantes, os Goethes, os Eliotes, os Montaignes, os Unamunos, os Dantes, os Lorcas, os Crusoés, as Virgínias Wolfes, as Alices das Maravilhas, os Melvilles, os Garretes e muitos outros - (como muitos outros portugueses que "não são parvos nem comem sorvetes com a teste") e se chega ao zaramago é como passar de cavalo para burro. É, passe a analogia blogosféria, ler o Jumento e passar para blogues como os Abruptos, os Blafésmios (sempre tive disléxia, e coloco o "s" fora de sítio).. É uma grande diferença, o dia para a noite. Na letra, no esprit, no grafismo - em tudo.. Até na atmosfera que se respira. E Zaramago, que perfil tem ele? escritor, jornalista, comunista, marceneiro, amigo de Fidel, "n" doutoramentos honoris causa; escritor, jornalista, comunista, amigo de Castro, escritor anti-capitalista... Valha-me Deus!!! Será mesmo necessário um mestrado em literaturas ou um doutoramento em sociologia da literatura para o enquadrar e avaliar? Creio que não, de todo. Mormente, em matéria gramatical - em que o senhor deveria era regressar aos bancos da primária. Aqueles parágrafos extensos, sem pontuação deve-os ter importado dos discursos de 6h do seu amigo Fidel...

- Há cerca de 4 anos fui à velhinha FIL assistir a um lançamento de mais um livro do nobel. Confesso que só fui porque estava curioso por ver e ouvir o que Marcelo de Sousa iria dizer do livro, ou do nobel - que também estava ladeado por Mário Soares. Foi uma desgraça o que Marcelo disse, a ponto de no final o próprio Zaramago o ter envergonhado, e Marcelo corou que nem um tomate maduro de Almeirim: Zaramago só lhe disse o seguinte - depois de Marcelo falar: "afinal você é um homem estruturalmente de esquerda". Ao que marcelo, encavacado, anuíu - se bem que a contragosto, porque percebera que falara de mais e de forma descontrolada. Mas o que mais me impressionou é que daqueles cerca de 2 mil pessoas - mais de 90% deles era idosos, e muitos deles do pcp. Não gostei daquele espectáculo deprimente. Assim como não gosto da forma arrogante como o escritor trata os poderes públicos, esquecendo-se que foi o seu país que o fez, o marketing do pcp que o promoveu, e o próprio Sousa Lara - então sub-Secretário de Estado de sLopes (da Cultura) - que, vetando, uma das suas obras lhe emprestou uma carga de tal maneira dramática que lhe permitiu vitimizar-se na opinião pública e, assim, rasgar mais horizontes nos mercados internacionais.

- Pergunto-me o que seria hoje sem esses seus velhos e pérfidos aliados: o pcp, o marketing da Caminho, e o veto do governo de Cavaco ao seu livro, O Evangelho... Pergunto-me e chego à conclusão que não seria muito. Contudo, ainda tenho esperança que o escritor faça a denúncia - em romance - ou ensaio (se já não conseguir fazer um romance) - do que são e foram todas essas ditaduras - de direita e de esquerda - que ele amalgou no seu regaço ideológico-literário, que foi o que o toldou e o que fez dele um homem amargo, azedo, arrogante, sectário odiando tudo e todos. Capta-se isso no seu olhar, nas suas expressões faciais - quando o jornalista lhe faz qualquer pergunta do género: se vir cavaco, ou um qualquer ministro por aí - aperta-lhe a mão??? As suas respostas são sempre visceralmente vigativas, coléricas, odiosas... Zaramago deve pensar que o mundo se cristalizou em 1991, e que ele é o núcleo desse cristal. Não se deveria levar tanto a sério..

- Por último, a literatura é uma arte e o seu valor é essencialmente estético, embora possa (e deva) ter valores outros, que se ocupam do imaginário, mas se atentarmos naquelas suas divisões e pontuações - acabamos por "cair da escada"... Não é por zaramago ser o único nobel português que vive em Espanha que fará dele um nóbel. Mas a solidão do escritor terá de ser menos erma para com Portugal. Terá de se reconciliar e ser mais coerente com o que defende e o que escreve. Sugerimos-lhe aqui o tema Cuba (a libertação da Ilha) - para um romance de rosto humano. Mas para o fazer zaramago teria, provavelmente, que desagradar ao seu velhinho pcp e a muita gente que o ajudou, e isso o escritor não terá coragem para fazer. E também já não é a caminho dos 80 ou 90 anos que se mudam questões de princípio.

- Que forma de conhecimento hoje nos dá a sua literatura? A avaliar pelos enredos que engendra, pergunto-me se ele leu Platão, Sócrates, Aristóteles... É que ele, e os seus modestos argumentos, alguns até me parecem plágios de 7ª divisão, demonstra exactamente o contrário. Ou seja, enquanto esses autores clássicos nos dão uma linha de eternidade, zaramago dá-nos o perene, o acessório, uma siesta mal dormida num banco dum jardim de Espanha. Algo sem grande complexidade intelectual, surpresa criando muitas vezes personagens cujos padrões humanos são pouco prováveis ou impossíveis. Quase todos os seus personagens são meros "tipos", poucos são os que saltam para fora das linhas que escreve, e andam hoje por aí fazendo obra ou lavrando exemplo. Zaramago limita-se a fazer romances com tipos lá dentro, que não se parecem com pessoas, diluindo-se nos seus contornos e acabam por se destruturar em meras desfigurações esqeumáticas. No fundo, qual o valor psicológico dos seus personagens... Em nossa opinião, deixam muito a desejar.

- Entristece-me dizer isto, mas temos de o fazer por amor à Verdade literária e até à qualidade literária e fôlego cultural, sociológico que, em nossa opinião, o escritor nunca teve.. Zaramago é um escritor razoável, nunca trabalhou ou teve génio para possuir o perfil (excepcional) de um nóbel. E como "a bota nunca bateu com a perdigota" - dizemos que o júri naquele dia deveria estar alcoolizado.

Contudo, isto não responde à circunstância de o "artista" vender tanto e de ser um sucesso editorial. Mas um dia explicitaremos aqui (também) esse fenómeno de massas profundamente alienante. Até porque todos nós, se pensarmos bem, temos uma qualquer edição-macaca do Das Kapital de Karl Marx. Está lá, arrumadinho na prateleira, mas nunca o lemos, e quando pegamos nele ou é para limpar o pó à prateleira ou é com vontade de o mandar à cabeça de alguém.