segunda-feira

Exclusão - por D. José Policarpo -

Exclusão é a tónica da mensagem de Natal de D. José Policarpo.

A exclusão social foi a tónica da mensagem de Natal do cardeal-patriarca de Lisboa, D. José da Cruz Policarpo, que lembrou as crianças sem família, os ex-reclusos, os idosos, os deficientes e os desempregados.

D. José da Cruz Policarpo abordou também o referendo sobre a despenalização do aborto, afirmando que, «sejam quais forem os motivos é sempre negar um lugar a um ser humano».
O eclesiástico afirmou que «há sempre uma circunstância para justificar a exclusão» que «pode ser a expressão máxima da injustiça» como aconteceu com Jesus quando foi condenado à morte.
Para o eclesiástico «a exclusão das crianças continua a ser problema real da nossa sociedade» e lembrou o trabalho de instituições da igreja «destinadas a serem a família das crianças sem família».
Relativamente aos idosos, o cardeal-patriarca afirmou que «a realidade é que não há lugar para eles».
Os lares que os acolhem, prosseguiu, «procuram dar-lhes um lugar, mas não evitam a solidão».
Aos deficientes e ex-reclusos, «marcados pelo estigma da deficiência ou do seu passado», não é fácil «encontrar um lugar na sociedade, no trabalho, e na família».
Outra forma «grave de exclusão» é o desemprego, um fenómeno para o qual se «exige políticas de fundo e não apenas soluções casuais».
Para o prelado «enquanto os sistemas económicos gerarem pobreza e causarem exclusão, eles não servem o bem-comum da sociedade».
«Que cada um de nós saiba concretizar este desejo tão próprio do ambiente natalício: dar a alguém que tenha sido excluído, um lugar no seu coração», rematou D.José Policarpo, numa mensagem intitulada «Não havia lugar para eles», citando o evangelista São Lucas."
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Obs:

As crianças, os pobres, os idosos, os reclusos - os pobres em geral parece não terem lugar nesta sociedade regulada pelo capitalismo de casino que temos. De caminho, o Patriarca lá fez a sua campanha pelo "Não" ao aborto. Quanto aos tópicos anteriores ainda pensei que a Universidade católica, as empresas de construção civil amigas do grupo millenium - e o próprio Banco - construíssem creches, lares e uma sociedade mais inclusiva para resolver aqueles graves problemas sociais. D. José Policarpo prega, prega mas junto daqueles sobre quem podia exercer a sua influência pouco ou nada faz. Se calhar ele ainda vai pedir aos pobres que ajudem os outros pobres, numa nova versão da manta do Bocage: diz o roto ao nú, porque não te vestes tu...

Tenho pena que D. José Policarpo não tenha já deixado de fumar, bem poderia ter sido eleito o Papa de Roma, sucessor de Pedro. Mas a fumar daquela maneira, mais parece a chaminé de Sines, num "exemplar" contributo que dá à insdústria tabaqueira - também muito "amiga" do ambiente. Estes padres castos, castos padres...