Eclesiastes, a referência de Natal do Macro
O capitalismo global é hoje personificado no actual modelo de globalização infeliz: predatório, desumanizado e desterritorializado. O Natal, é, por natura, uma data tão rotineira quanto inovadora e dinâmica, porque há sempre um elemento de alguma imprevisibilidade nas relações das pessoas, no seu trabalho, nos seus afectos, nas suas dádivas. Para descobrir essa zona ambígua do Natal refugio-me sempre neste admirável texto, para mim um dos melhores que a Bíblia encerra e que aqui republicamos. É um texto repleto de energia, de dualidades, de antíteses e de sínteses. É um texto cosmopolita porque serve todo o mundo ao mesmo tempo, revela a majestade da condição humana - nas melhores e nas piores facetas, e, por essas razões, não poderia aqui omiti-lo. Cremos, pois, tratar-se dum bom texto para meditar debaixo dos céus - por entre bacalhaus e prendas. Cá vai:
Há tempo para nascer, e tempo para morrer;
Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que se plantou;
Tempo para matar, e tempo para dar a vida;
Tempo para destruir, e tempo para edificar;
Tempo para chorar, e tempo para rir;
Tempo para se afligir, e tempo para dançar;
Tempo para espalhar pedras, e tempo para as ajuntar;
Tempo para dar abraços, e tempo para se afastar deles;
Tempo para adquirir, e tempo para perder;
Tempo para aguardar, e tempo para atirar fora;
Tempo para rasgar, e tempo para coser;
Tempo para calar, e tempo para falar;
Tempo para amar, e tempo para odiar;
Tempo para a guerra, e tempo para a paz
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