Trilogia: o livro de Santana lopes, o Travolta do III milénio e a Arlinda Mestre.
Alí vê-se Arlinda agarrada ao mastro, para variar... No caminho do amor / Arlinda Mestre . - Lisboa : Guerra e Paz, 2006
No Caminho do Amor, sou jovem, selvagem, devoro a vida
Arlinda Mestre, A AUTOBIOGRAFIA DE ARLINDA MESTRE Arlinda Mestre é uma figura conhecida do grande público. Participou num reality.show, a Quinta das Celebridades, da TVI, e ficou, por isso, famosa em Portugal. Fama que já tinha e...
- Hoje, numa grande superfície da zona da Grande Lisboa - assisti a uma cena verdadeiramente caricata e chocante mas, ao mesmo tempo, reveladora dos tempos que estamos vivendo: um grupo de três pessoas, aparentemente colegas ou mesmo amigos, na casa dos 25/30 anos, fazia compras no sector dos livros. Nessas plataformas perfilavam-se dois títulos: aquele de Arlinda Mestre e o manual de fluídos e de autocomiseração adiantada de sLopes, o tal que foi PM a brincar, esse mesmo, como quem faz nucleares do atol do Pacífico!!! De súbito, desenvolve-se uma cena de pugilato que surpreendeu tudo e todos, assustando os clientes, os espinafres e demais fauna, exigindo até a presença da segurança... Ante a consternação geral. Veio a saber-se que o motivo daquela inesperada zaragata era por causa do livro de Arlinda. É que só havia dois exemplares disponíveis, e o terceiro elemento do grupo por não conseguir adquirir um exemplar para si resolve entrar em conflito com os outros dois e assim se estabeleceu a confusão geral. O Travota do III milénio Rudebox 76 - Part 1.
Onde se pretende chegar com esta trilogia? O livro de Arlinda vende, e não é certamente pela qualidade da narrativa, do argumento e densidade dos personagens. Há mesmo quem desconfie que a senhora não sabe escrever, mas eu não iria tão longe... O livro de sLopes também já vendeu mais de 1000 exemplares, parabéns para a comunista do psd, dona zita seábrá, que assim factura mais uns direitos de autor - enganando uns pacóvios, e o autor também já tem dinheirinho para pagar os seus vodkas na Kapital, excusa de se pendurar no porteiro, uma vez que já não tem motorista. A não ser que a Edpúm... E aquele rapaz do vídeo - o Rudebox - coitado!! - vive na ilusão de suplantar o Travolta. O que há de comum nestes três comportamentos?
Há quem diga que é o ridículo; a ambição de alcova; a falta de common sense e a mania das grandezas; puro exibicionismo; caixas craneanas vazias; apostas que fizeram com amigos em como eram capazes de dançar e de editar livros. Tudo isto, de par com um conjunto de razões clínicas que agora não vem ao caso, faz o puzzle que aqui apresentamos.
Mas o mais curioso é que há portugueses que embarcam(comercialmente) nestas fraudes pseudo-culturais, nestas insustentáveis aparências que nem imagem reflectem num espelho. Porquê? A resposta só pode ser uma: a profunda pobreza cultural do nosso povo, sem filtros, sem massa crítica é incapaz de distinguir um trombone dum carrinho de linhas, um livro duma resma, e depois comporta-se como o D. Quixote - quando avista umas meretrizes de boas maneiras, pensa logo que são donzelas da corte que tiveram educação clássica e tocam piano de cauda.
Isto entristece-me. Não pelo facto do charuto de sLopes vender mais uns exemplares daquela mestela - que nem para forrar o caixote do lixo serve, mas porque constato, neste miserável exercício - que o povo, a sociedade portuguesas estão cada vez mais atrasados e subdesenvolvidos culturalmente.
Isto biforca-me os pensamentos: por vezes não sei se hei-de renunciar à minha nacionalidade e, de Espanha, mandar o meu povo à merda; ou pedir ao povo que se mande a si próprio à dita; ou, simplesmente, atirá-lo ao rio.
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