A nossa "gaiola de ferro" e o "desencantamento" (expressões de Weber)

1. A subordinação do homem à técnica com Heideger2. A subordinação da sociedade à suposta racionalidade instrumental das burocracias (Weber)3. O afastamento entre as elites políticas e as massas na leitura do interesse nacional4. As racionalidades contra as emoções das multidões (com Elias Caneti e A. Kojève)5. A tentativa de recuperar a racionalidade crítica contra a tragédia da História
Ou seja, o homem Ocidental médio vê-se hoje confrontado com "n" declarações made in Pinho, ele é apenas um sintoma duma doença maior e mais funda alí prevista. É que hoje não dispomos duma reflexividade crítica sobre a racionalidade, e como não dispomos dessa capacidade de auto-crítica reproduzimos as barbaridades do sr. Pinho - prometendo aquilo que jamais sabemos não poder realizar. Até nas nossas vidas privadas fazemos isso. Logo, esta crise vai muito para além da política, ela inscreve-se na área do próprio pensamento, da filosofia, está plasmada na nossa personalidade colectiva que Camões tão bem definiu há 500 anos, e desde então pouco ou nada mudámos. Hoje confesso que até me apetece agradecer ao sr. Pinho pelas suas anormalidades dircursivas, pois foram elas que me fixaram a esta reflexão, e dela verifiquei a nossa insuperável incapacidade de metermos de lado as constantes interferências das emoções dos sujeitos políticos sobre a massa de informação que volatiliza o mercado da opinião pública, que o manipula e que, em seu nome, mobiliza ou fragmenta todo o pulsar duma nação. Afinal, os discursos tanto podem construir pontes como rachar estruturas. Creio que Portugal está hoje possuído por esse desencantamento feito de irracionalidades múltiplas que não nos deixam pensar. E quando não pensamos no que dizemos só dizemos asneiras. E para asneira já nos basta este ministro da Economia. Oxalá o Pib não se ressinta tanto com ele como os portugueses.
<< Home