sábado

Globalização explicada através dum Elefante no Globalidades

Já tínhamos visto muitas explicações acerca do fenómeno da Globalização mas nunca por recurso a um elefante rodeado por um conjunto de ceguinhos (conforme tradição budista) - como faz de forma inovadora o Globalidades. O qual explica que para conhecerem o animal terão de o apalpar e, desse modo, reconstruir a sua tipografia, a tipogafia da tal globalização - que se confina mais ao conceito de globalidade - dado o carácter não fechado do fenómeno.
Isto conduz-nos à segmentação do saber instalado sobre a matéria, posto que certos académicos depositam o enfoque nas questões económicas, outros nas questões políticas, outros nas matérias ideológicas e culturais e outros ainda nas variáveis ambientais. Todos, seguramente, terão a sua quota de razão, mas também todos pecam por ver nesse fenómeno uma realidade parcelar, embora o que verdadeiramente importe é compreender a realidade do conjunto. Dito isto, erradicamos um erro dogmático frequente e já não tendemos a avaliar esse fenómeno em função duma única variável ou domínio que decorre do perfil, interesse e background do próprio analista/académico ou investigador.
Diante isto, que fazer? talvez o melhor seja calcular todas as variáveis - que estão dispersas pelo corpo do elefante (economia, política, cultura, ambiente e religião) - e avaliar, em cada País, em cada sociedade, em cada comunidade, em cada empresa, em cada indivíduo se essa tal meretriz da globalização trouxe benefícios ou implicou desvantagens. E será dessa análise custo/benefício que se fará o juízo acerca de cada processo de globalização em cada sociedade. Um exemplo: a moeda única beneficiou Portugal? A adesão à então CEE beneficiou o país? E assim por diante, em função da questão haverá uma avaliação especializada, sectorial.
Errado será circunscrever a nossa avaliação a uma única variável, como faz o paradigma marxista, que atribui tudo à determinante económica quando, em rigor, é a cultura (o sistema de valores) que comanda o processo, se bem de que forma invisível ou oculta. Quem não se lembra do que a este respeito Max Weber disse da Ética protestante e da emergência do capitalismo...
E é aqui que chegamos ao destino: a avaliação multidimensional e diferenciada dos processos em questão. O que será a presidência da UE por Portugal já em 2007? Como aplicar essa matriz de análise aos chamados interesses vitais nacionais de Portugal? Como mensurar se esses objectivos foram ou não atingidos? Aqui o difícil será obter uma resposta de Freitas do amaral, de barroso... Pois se eles nem sequer compreenderam o que estava em causa no momento em que exerceram funções executivas, como poderão agora - em que um está encalhado da coluna e convalesce na Quinta da Marinha e outro está encalhado dos pés-à-cabeça (queimando-se em Bruxelas) - responder a estas questões de maior alcance!?
É evidente que não poderão responder. O que ambos poderíam fazer - Freitas e barroso - seria colocarem-se debaixo do elefante - entre as patas dianteiras e trazeiras - como os cegos reconhecem o animal (ver Globalidades) e procurar aí o objecto que procuram. E porquê? É que tanto um como outro, mormente barroso, foi um dos principais responsáveis políticos que em Portugal contribuiu para que a democracia se descredebilizasse, o relativismo moral e político se instalasse, e, por extensão, a economia nacional se disfuncionalizasse agravando o conjunto de produtividade e de competitividade de Portugal nesta entrada para o III milénio.
Nesse sentido, o que certos agentes políticos portugueses fizeram - hoje com responsabilidades bruxelenses - foi uma só coisa: associar a ideia de globalização ao subdesenvolvimento, ao oportunismo, cinismo e forte instabilidade política e também ao aumento das desigualdades entre os portugueses na sequência da renúncia de barroso que se compensou com o posto de Bruxelas. Nem que para o efeito tivesse de mentir à nação, embora boa parte dessa nação já soubesse ao que ía barroso.
Como diria A. Lincoln pode-se mentir uma vez ao povo, pode-se mentir várias vezes ao povo, mas não se pode mentir sistemáticamente ao povo. Além do povo não ser estúpido, os agentes políticos em questão também são o que são. E o que são é o que sempre foram...
Quem não conheceu barroso..., até um cego!!!

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