quarta-feira

Um fragmento do tempo: Sartre, Glucksmann e Aron

Sartre (à esquerda) que deve ter sido o filósofo mais pobrezinho do séc. XX, o "passado" do André Glucksmann (ao centro) a fazer de cicerone sabujo e Aron (sentado) - a distribuir jogo. Ao primeiro deram nome de filósofo por ter avançado com umas banalidades cunhadas no existencialismo formatado pela II Guerra Mundial (a maior das vulgaridades, sem densidade nem espessura reflexiva entre a razão e a decisão). Sartre está para a filosofia como zaramago está para a literatura. Ambos alcançaram sucesso de bilheteira, mas nenhum valia a ponta dum corno, até do ponto de vista humano; o segundo - na altura devia fumar charros, devia ser maoista (como durão barroso) e acreditar que o marxismo comportava múltiplos princípios, desde que neles tivesse um que importava: há sempre uam razão para a revolta, talvez por isso chamasse a Mao Tsé Tung o grande irmão, embora não andasse de túnica como barroso e escreva incomensuravelmente melhor do que este, o que também não é difícil. Aron era um diamante que alí destoava. Mas o que talvez valha a pena sublinhar, sobretudo nesta fase de encruzilhada por que passa a política portuguesa - designadamente em matéria de modelo de segurança social a seguir - (entre o modelo de capitalismo de casino do PSD e o modelo de solidariedade intergeracional do PS, mais seguro e previsível) - é que o mundo da política - tomando Portugal como exemplo - vive sob o signo da precaridade, pelo que a essência da história não é bem resolver problemas. Pois quando por sorte ou acaso ela resolve um, cria automaticamente outro... Apesar de ser um homem de direita, gostaríamos de saber como é que Aron hoje equacionaria os principais desafios que se colocam à sociedade portuguesa. Mas antever isso é, talvez, como comprar um futuro incerto, mais do que incerto, e isso já é tão certo como M.Mendes vir a ser PM no dia em que Durão Barroso for nomeado pelo Papa Bento XVI como cónego da igreja da Cova da Iria e administrador dos milagres a haver em Nª Srª de Fátima, onde se comia um excelente bacalhau...