sábado

O "Preto" do PsD: uma fama mal afamada

As corruptelas na polis. Um retrato dum certo psd que o actual líder terá de cuidar...

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Pergunto-me por quantos milhões de portugueses de bem (que ainda os há) poderia ser subscrito o Editorial infra e que não é mais do que serviço Público. A resposta a que chego é que o poderia ser por cerca de 200 milhões de pessoas, incluindo aqui, naturalmente, a comunidade lusíada dispersa pela diáspora nos 4 cantos do mundo.

Digo-o com o tremendo lamento de ter assistido - como observador atento (de certo modo privilegiado) ao longo destes últimos 15 anos - à gente mais desqualificada e impreparada intelectual, técnica e políticamente com responsabilidades no PsD. Gente que ía a casa das pessoas para os empurrar a engrossar comícios, gente que prometia empregos a troco dum prato de lentilhas, gente que não pensava nem falava - apenas enchiam o microfone de perdigotos, gente que organizava jantares, comícios, orquestrava e simulava situações políticas para benefício e promoção própria, enfim, gente política que só denegria a imagem de Nobreza que a Política deveria ter.

Infelizmente, é gente desta que o actual líder do Psd tem (ou teve) em seu redor. Hoje ao ler aqui a "semanada" do Jumento - que acompanhamos pela qualidade e isenção como pensa e escreve, e me deparo com este espectáculo, não pude deixar de pensar em duas coisas: a primeira é como em Portugal ainda se gasta tanto papel quando os visados nem um rolo de papel higiénico mereciam; a 2ª consideração é mais densa e reporta-nos para um outro imaginário, o da máfia partidária e o pato-bravismo que colonizou este PsD (desde a década de 90) e que, de certo modo, aqui e alí, tem infundido toneladas de arrogância, incompetência, estupidez, opressão, ganânica, enriquecimento em causa própria, gula, vaidade, uma soberba pacóvia, enfim, um cenário de hegemonia acima e por cima dos outros que são ou sempre foram melhores, os mesmos que nunca alinharam nesse pequeno jogo de corruptelas micro-partidárias em que o sr. a. Preto é um deprimente prota-go-nis-ta.

Um protagonismo assente no imaginário do pequenino homem de honra, inatacável, blindado, corajoso, generoso mas que, afinal, e consabidadmente, não passa dum actor de 5ª divisão - porque, na realidade, um mafioso é exactamente o oposto. Valeu-lhe sempre Manuela Ferreira leite, que além de madrinha também era sua "mãe" adoptiva, e a distância que os separava mediava 2 dedos, pareciam até aqueles **gémeos univitelinos** que nascem colados e que já nem uma cirúrgia os consegue separar.

Muita gente hoje no PsD deve os seus empregos a este tipo de práticas lideradas pelo sr. a. Preto: "eles", "elas", uns e outros - tudo tiveram que fazer para se humilharem e deixarem subornar por um lugar de vereador, de assessor, de assistente, de abre-berguilhas, de garganta-funda, de engolhe-cospe-e-deita fora de um harcore político de 7ª categoria, wherever...

Não é de admirar, portanto, que este Psd encontre a sua câmara de eco na Epul e nos esquemas montados que por lá deixou. Aqui Isaltino não está isolado nem deve ser o único malfeitor neste filme que já dura há décadas num certo psd. Quando analiso alguns mecanismos do funcionamento do nosso sistema politico-partidário - de que este caso será apenas mais um epifenómeno de corrupção (ao financiamento) partidário, de fraude e de falsificação e de enriquecimento pessoal, além do nepotismo crónico que lhe é reconhecido, lembro-me sempre daquela família siciliana cujos parentes mais próximos (quer os de sangue, quer os cimentados pela confiança e fidelidade canina, porque dependente dos empregos que o népota assegurava aos mais impreparados, apenas teriam de ser fiéis ao dono) - se apoiam uns aos outros, de todas as formas possíveis, com vista a prosperaram esbulhando o erário público e aproveitando-se das posições políticas do momento dentro do aparelho partidário e de Estado para, desse modo, evitarem qualquer dano.

Joseph Bonano, contrabandista de bebidas alcoólicas, um agiota e um pistoleiro afamado, também extorsionário - porque no arranque do séc. XX essas coisas eram normais e até necessárias ao progresso da América (feita por sicilianos), além de Don da Máfia, sempre se viu a si próprio essencialmente como um homem de excepcional honra, um homem, portanto, para quem a tradição tinha a maior das importâncias, e cujo bom nome e reputação vinham antes de tudo, até do partido. Disse-se então que foi este criminoso que depois serviu de modelo a Maria Puzzo para fazer o Don Corleone no romance de grande êxito conhecido de todos nós que foi O Padrinho. A evocação aqui de J. Bonano decorre, tão somente, da circunstância de personificar tudo aquilo que é inesquecível na história e doutrina da Máfia e, coextensivamente, espelha bem o que significa pertencer à Cosa Nostra.

Transpondo para o burgo, não iremos tão longe, apenas dizemos que neste como em muitos outros casos mais graves ainda por descobrir, os portugueses de bem só se interrogam como é que a Justiça não actua de forma celere e eficaz? Será que... (esgota!!!)

"Finalmente a Fama"
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António Preto terá tido hoje o momento alto da sua carreira política, conseguiu ser capa do SOL, se o que pretendia quando se meteu na política era estatuto social terá atingido o seu objectivo, só a imagem de alguém muito importante é que seria usada nesta fase de lançamento do novo semanário. Enfim, como dizia a Gina Lolobrigida não importa que falem mal da gente, o importante é que falem.. Terá sido apenas meia vitória de António Preto já que sendo ele homem de direita, vê o seu nome e imagem usados para captar leitores à esquerda, depois de ter piscado o olho a Marques Mendes ao atacar Isaltino no primeiro número, o SOL explorou o Processo Casa Pia no segundo número, tendo reservado a edição desta semana para um exercício de pluralismo. A estratégia do director do SOL foi inteligente.
Mas o SOL ficou encoberto neste artigo, ficamos por perceber como um modesto candidato a presidente da Distrital de Lisboa de Lisboa tem poder suficiente para convencer empresários matreiros a apoiá-lo, nessa época o António Preto era apenas um “descconhecido” presidente de uma secção de Benfica, mais conhecida pelos disparates do Eduíno Vilar (o velho dirigente do PCP(ML), o único partido que a China de MÃO reconhecia em Portugal), do que pelo seu protagonismo. O SOL isola o fenómeno, dá-nos apenas uma pequena aberta, não nos diz que Vasco Valdez, o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, é um homem da mesma secção de Benfica, ou que quando Ferreira Leite era ministra o António Preto entrava mais vezes no seu gabinete do que a secretária pessoal. António Preto era um homem poderoso nas Finanças, onde nomeou muita gente para lugares de chefia, o apoio dele era garantia de uma nomeação, e graças ao Preto instituições como a Alfândega foram invadidas por gente incompetente. O poder de António Preto tinha um nome: Manuela Ferreira Leite.

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Aliás, não deixa de ser curioso que Ferreira Leite nem cortou relações com Preto ou Vasco Valdez quando estes apoiaram a designação de Santana Lopes para presidente do PSD e, consequentemente, primeiro-ministro, um dia antes de a então ministra ter designado a manobra como um golpe de estado dentro do PSD. Terá a austera madrinha lido o SOL deste sábado?

E que dirá Marques Mendes depois de ter ficado a saber (enfim, acredita se quiser que só o soube agora) que o homem que manda os sms ao pessoal a anunciar a hora das suas entrevistas na RTP1, ganhou a distrital de Lisboa com as quotas dos militantes em falta com dinheiro de gente estranha ao partido? O PSD está tão podre que já nem nas nomeações dos seus dirigentes se pode confiar.

Por fim aqui ficam os parabéns para o amigo do PS, o homem que o tempo de Guterres era vogal do IGAPH e que nomeou Preto para chefe de divisão.

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**A Teoria dos Gêmeos Univitelinos** Esta teoria diz que o Cebola é, na verdade, dois seres vivos. A mãe dele estava grávida de gêmeos univitelinos e, no decorrer do desenvolvimento dos fetos, um deles foi se associando à cabeça do outro. Isto teria provocado um aumento gigantesco no volume da cabeça do Cebola. Caso esta teoria esteja correta, dentro da cabeça do Cebola existiria um ser humano que se alimenta de neurônios e que está condenado a nunca ver a luz do sol.

Os jornais hoje têm de publicar toda a porcaria que lhes aparece pela frente, é o dever de informar. Mas pergunto-me se para um novel semanário que se quer impor com credibilidade teria de recorrer a tais manchetes para assim dar nas vistas ou olear o mercado e vender até ao último exemplar... E já é a 3ª vez que o semanário Sol o faz. Quanto ao Expresso dizem-me hoje que promove muito cristãmente a Bíblia. Acho bem, temos de converter alguns infiéis desta terra sangrenta, e para isso nada melhor do que o livro dos livros. Mas as manchetes são sempre como os nossos amigos, temos sempre o direito de os escolher, não é como a cor dos olhos. Mas verifico que em certos casos são precisamente os noveis projectos jornalísticos que habitualmente criticam a "doutrina" editorial do 24h que depois acabam por seguir idênticas práticas em casa própria. Enfim, diz o roto ao nú, porque não te vestes tu... Fica aqui a indicação ao arq. Saraiva. É que caldos de galinha...