segunda-feira

O drama do terror: a quadratura do círculo

Como cidadão, como observador dos fenómenos sociopolíticos, como português não posso deixar de me interrogar que respostas teóricas ou práticas políticas poderão as forças populares e democráticas formular neste caos perigoso e nesta nova guerra fria permanente em que vivemos, e em que se confrontam dois inimigos mortais: um é ao mesmo tempo gerador de conforto, de riqueza e de exclusão social que responde pelo nome de globalização neoliberal de efeitos predatórios no interior das sociedades; o outro reza cinco vezes ao dia, não é produtivo nem competitivo mas tem uma vontade inaudita de matar o Ocidente matando-se a si próprio. Como cidadão, que se considera liberal (mas) com fortes preocupações sociais (o que me faz ter um pé no socialismo e noutro a dita social democracia - ambas costelas marxistas que foram evoluindo ao longo dos tempos), não posso deixar de me interpelar se este não será o momento para reafirmar a nossa solidariedade activa com as causas legítimas - de que a criação do Estado na Palestina é já uma promessa-projecto em atraso. E quem fala nos palestinos, também pode (e deve) falar nos sem-terra do Brasil, nos curdos, nos povos mudos do mundo que continuam oprimidos pelos respectivos ditadores (Cuba e Angola, cuja vergonha é Castro e Eduardo dos Santos ainda hoje no poder - sem eleições, violando o rule of law, matando e mandando matar aqueles que se rebelam cometendo o "crime" de delito de opinião), nos desgraçados dos norte-coreanos que estão à mercê do energúmeno do ditador de Piongyang - que o sr. bernardino (ignorante e que é, segundo creio, presidente do grupo parlamentar do pcp) diz ser uma democracia, dos desempregados, dos sem-abrigo por esse mundo fora... A lista é tão imensa quanto medonha - ante a nossa impotência e inércia dos políticos e dirigentes. Talvez por isso hoje tenha ficado agradado quando ouvi o PM José Sócrtaes dizer uma coisa equilibrada: hoje a insegurança é maior, o que significa que até Socas reconheceu que a América de Bush é uma rica nulidade. Portanto, damos aqui nota máxima a José Sócrates que nos saíu. como todos bem sabemos, uma prenda melhor do que a encomenda. Mas é disso é que nós gostamos: de surpresas, de surpresas agradáveis... O outro nome para isto é a lucidez e common sense. Qualquer dia até já eu faço aqui a apologia de Sócrates, mas não da forma sabuja e arrastada em que o "almôndega semiótico" luso - como também é conhecido Prado coelho - o fez há dias.
  • PS: Pedimos desculpa por chamar "almôndega semiótica" a EPC, mas é assim por que toda a gente ilustrada o trata. Será mais almôndega ou semiótica, eis uma reflexão metafísica que remeto para Umberto Eco. E se este não souber, sugerimos que seja o Ornitorrinco a dar-nos a resposta. Se nem um nem outro conseguirem responder algum assessor faça o favor de remeter a questão para S. Bento a fim de que seja o própio PM a responder. Esperemos, então, que o assessor não seja o próprio almôndega que leve numa bandeja a questão ao sr. PM, esperemos...