sexta-feira

Mentira ou verdade - by Maximo Gorki -

  • [ argumentum ad ignorantiam ] By Eta Mentira ou Verdade? "- Devo dizer-lhe que mentir é um gozo extraordinário. Vejamos, por exemplo, o amor: - Eu amei nas mulheres o que elas não tinham e eu lhes emprestava. Não se deve qualificar a mentira de perniciosa, nem dizer sempre a verdade, porque ninguém sabe, de facto, o que é a verdade e talvez quando ela apresentar os seus papéis, sofra um desencanto. (...) Pode acaso um homem saber exactamente quem é? É preciso perguntar-lhe quem imagina ser. (...) Todo o homem que fala de si, mente fatalmente. Mente no infortúnio para despertar a compaixão... Mente também quando é feliz para excitar a inveja. E, em suma, porque mentindo é o único meio que tem de conseguir que os outros se interessem por ele...". Máximo Gorki,
  • O Vagabundo Filósofo Link
  • The classic works of literature contained in each of these volumes represent each author's best and most famous writings. A wonderful introduction to world literature, this finely crafted and affordable series offers the works of these world-renowned authors to a wider audience. Includes Mother and The Vagabond. E não é esta uma verdade? A verdade é que a mentira reina. Somos apenas metáforas, regemo-nos por metáforas. Nada mais. Os conceitos morais e a farsa dos costumes... [ cjt ]

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  • Notas soltas sobre M. Gorki e a "Verdade":
É uma poderosa reflexão sobre a condição humana, a natureza ao mesmo tempo ingénua e matreira do homem que se faz lobo e borrego para se fazer notado e, assim, atingir os seus objectivos. Isto corrobora aquela outra "verdade" que diz que ela não passa duma mera convenção social e temporal, acordada por determinado grupo de homens e tempo, findo o qual logo se acerta uma nova verdade, e depois outra e outra e mais outra - na roda dentada do tempo. DE tal modo que a história do mundo poderia resumir-se à mega-História das verdades. Recordo aqui o que Virgílio Ferreira dizia sobre a Verdade - e que ainda cheguei a conhecer pessoalmente na livraria Bertrand da Av. de Roma, no tempo em que ele ainda era vivo - e nos tempos em que eu frequentava aquelas bandas. Dizia VF que a Verdade é um erro a aguardar vez... Desconheço se esta reflexão poderosa é originalmente dele ou do Blaize Pascal, mas o que entendo é que a Verdade é, não raro, uma grande meretriz, assumindo uma face diferente daquela que idealizámos, não porque a idealizámos nós, fruto do nosso pensamento, mas porque a pensámos ser melhor para o bem comum. A Verdade depende da forma como conhecemos e do que conhecemos, é, pois, um problema eminentemente filosófico e hoje navega pelas correntes do perspectivismo sociológico e filosófico que, com a globalização do mundo, carece de estudo, detalhe e muita-muita pormenorização na sua avaliação. Especialmente, tratando-se de integração de comunidades étnicas deslocadas em resultado das guerras, nas questões da democracia e de desenvolvimento sustentável, da cultura, dos media, da blogosfera (voilá), do pensamento (himself) e da falsa consciência de todos nós. Diria que o problema da Verdade é, hoje, mais candente do que ao tempo de Sócrates... Referimo-nos aqui ao de Atenas, óbviamente... Porque o outro é engenheiro e não sabe de filosofia. E pensa que sabe o que é Verdade..., o que é mais grave ainda, sobretudo em termos fiscais... A "verdade" - ou o que nos "vendem" como tal pelos media oficiais diáriamente - afigura-se hoje como o maior turbilhão do nosso tempo. E como os instrumentos cognitivos de que dispomos para fazer o mapa dos processos não cresceu à cadência da rotação do mundo e dos factos complexos que nele se produz e debita todos os dias, hora-a-hora, minuto-a-minuto, segundo-a-segundo - chocamos com o mundo como se ele fosse um muro negro-corvo: é isso a verdade. Hoje temos a necessidade de atravessar esse muro, torná-lo transparente, cristalino, e isso é tarefa hercúlea, que passa - também - pela assunção da Verdade que se vai fazendo todos os dias na net através da Blogosfera. O que me leva a uma questão de partida: e se Máximo Gorki estivesse hoje entre nós - que nome teria o seu Blog? O que nele escreveria? Que assuntos abordaria? E, at last, como enquadraria ele - as relações entre a Blogosfera e a mediasfera? Tudo questões que o Carlos, certamente, me saberá responder na ponta da língua. E se não souber, este tempo de férias será o tempo ideal para ele (e os seus amigos pensarem nisso). Será, pois, o seu tempo da VERDADE!!! Pergunto-me se não será - também isto - a demonstração da inutilidade de uma asserção (ou dum blog..)?!!! - Afinal, o que é a verdade senão uma grande...

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