A blogosfera não é o marketing da mediasfera, é o milagre do III milénio
Quando hoje comparo a importância relativa que os media tradicionais - jornais, revistas, tv - têm com a blogosfera penso que nada mais existiu antes dela. Cada meio terá, seguramente, o seu lugar na esfera da globalidade virtual, mas é a emergência da blogosfera que permite hoje compreender, melhor do que qualquer outro veículo, o que fazemos, quem somos, donde viemos e até para onde vamos. É esta emergência, este renascimento intelectual que torna cada um desses blogs um lugar único na cosmovisão que cada um de nós revelará ao mundo. Neste sentido, a tecnologia social facultada pela blogosfera é algo mais imaterial do que material, porque cria mundos nas cabeças das pessoas. Mundos de ideias, de opiniões, de mercados. Se não fosse este poderoso veículo como poderíamos desenvolver a nossa identidade, a nossa diferença intelectual e cultural, revelar o nosso ADN civilizacional, em suma, segmentar-nos, posicionarmo-nos e definir os nossos objectos de análise em função dos problemas que escolhemos avaliar. É a blogosfera que nos tem dado a arte suprema e a convicção de que não estamos aqui para "vender" nada estragado, fora de prazo ou iludir os nossos clientes/leitores - com um conteúdo que não corresponde ao nome. A blogosfera não é o marketing nem a face cosmética dos jornais, revistas e tvs. A blogosfera é, hoje, o principal instrumento de comunicação que permite criar valor comum a custo zero para todos ao mesmo tempo e por onde perpassam as principais narrativas do nosso tempo e da nossa circunstância. Pelo que haverá uma tendência para dividir a história da comunicação global entre as tecnologias da comunicação modernas (antes da blogosfera) e as TC post-modernas - que coabitam na blogosfera. E isto, meus senhores, tem nome: é o milagre do 1º quartel do III milénio.
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