segunda-feira

Consumo de informação & esperança no futuro

Reduzi quase ao nivél 0 o consumo de informação televisiva. Daí só consumo alguns documentários e algumas entrevistas. Mais Vitorino do que Marcelo, aliás, aqui tenho o mesmo sentimento do que relativamente ao Herman José: em adolescente julgava-o indispensável, hoje dispensável. Como os tempos mudam, mudando eu com eles. Isto é aterrador. Aos jornais de papel nem lhes toco, por isso sou um péssimo target para o negócio dessas empresas, também aqui a Net faz as suas vítimas. Do internacional-mundo é o costume: o disparo do crude nos mercados internacionais, a continuação da guerra israelo-palestiniana e o conflito mais alargado do Médio e Próximo Oriente, o unilateralismo norte-americano, o terrorismo em rede e as dádivas de bin ladras, a pobreza franciscana da (des)União Europeia, a franciscana pobreza da liderança imposta pelo seu actual mordomo-mor (que é português mas não tem Silva no nome), a crise e a recessão, a recessão e a crise, tudo a contrastar com o crescimento exponencial da China e da Índia, a fábrica e o escritório do mundo. Depois temos umas micronotícias que misturam pedofilia, inércia de souto moura (e incompetência da justiça) - que mais parece um morcego que ainda se mantém no cargo, para desprestígio do PR e do PM. Mais uns ameaços de greves, uns gritos dumas corporações e, de quando em vez, umas promessas - agora por interposta pessoa (o PR) de que o TGV é que vai... e lá para 2010/15 temos comboio de alta velocidade a atravessar Portugal de Norte a Sul e de Leste a Oeste quase à velocidade do som. Mas quando páro para pensar 5 min. e me pergunto o que é que esta explosão de informação (que é sempre mais do mesmo) significa - não sei responder... Ou melhor, a resposta possível que me vem à cabeça aponta nesta direcção: as pessoas estão a ficar cada vez mais estúpidas. Incluindo-me nesse processo, evidentemente!!! - talvez por isso tenha deixado de consumir tanta "informação". Até porque a complexidade do mundo, que parece que é sempre o mesmo, aumenta geométricamente, apesar de já estar tudo colonizado. O que sucede (segundo creio) é que à medida que o mundo cresce diminui a nossa capacidade para o compreender. E a informação representa esse jacto de tinta em direcção ao nosso cérebro. Deste impasse nasce um cruzamento, e dele emerge a paralisia - daí a estupidez que falava nesta esquina da história. Ou seja, se do ponto de vista tecnológico estamos cada vez mais evoluídos, no plano mental, pessoal e civilizacional sofremos um retrocesso ou, pelo menos, estagnámos. Logo, funcionalmente estamos cada vez mais estúpidos. A minha única esperança - neste cenário mais ou menos pessimista - foi ter(mos) escolhido um líder cuja visão pode penetrar nesse denso nevoeiro da incompetência humana. Veremos se não ficamos pio... ainda!!!