sexta-feira

O SILÊNCIO REVELADOR

O SILÊNCIO REVELADOR Depois de ler o livro, coisa que toda a gente podia ter feito antes de se pronunciar e de ouvir o autor explicar as suas propostas (aí, concedo, facilidade que as circunstâncias me permitiram), decidi escrever sobre o célebre livro de Manuel Maria Carrilho, "Sob o Signo da Verdade". O livro levanta problemas reais e importantes relativamente ao funcionamento da comunicação social na sociedade portuguesa. Como seria de esperar, o livro foi atacado por todos os lados. É fácil, é barato e dará eventualmente milhões. É difícil resistir ao pitoresco, mesmo quando se critica o pitoresco.
(...) (publicado na edição de hoje do Semanário)
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  • - O autor do blog Tomar partido - ex-deputado do CDS - ao tempo de Manuel Monteiro - anda a fazer alguma falta naquele hemiciclo. Tenho a memória dele chamar sempre os "bois pelos nomes", é pena não o integrar hoje. Mas adiante. Hoje publica este artigo sobre Carrilho e o seu livro que teve a pachorra de ler. Na altura escrevi imenso sobre o neocorporativismo (para mim a questão nuclear que aqui não é abordada), não sei se disse algo de útil. Mas penso que sim e é fácil compulsar. Ainda assim, julgo que valerá a pena regressar ao tema para dizer duas notas notas: Carrilho julga-se o Jack Lang lusitano, suscita muitos ódios e invejas e deveria ter feito esse debate em conferências nas universidades ou alí na F.C. Gulbenkian entre chás e bolinhos quentes. Mas não, a sua vaidade - somada à sede de vingança e ajuste de contas de Rangel - alteraram o figurino do debate. A rtp embarcou nisso e fez o frete. O sr. R. Costa da sic, por seu turno, revelou-se aquilo que é: uma mancha no jornalismo político em Portugal. Parece aqueles alunos sabixões que, afinal, nem um medíocre merecem. Basta ver o que o sujeito disse do escândalo do mensalão que envolvia o grupo bes que lhe pagava a Pub. e, indirectamente, o salário; ou os sobreiros do Ribatejo que tocou os interesses do PP na pessoa do sr. Nobre Guedes - grande amigo de P. Portas e mais uns etcs... Se acaso Carrilho fosse administrador do bes ou accionista duma qualquer empresa que paga Pub. nos media, o sr. Costa entraria mudo e sairia calado daquele debate que, em rigor, foi uma peixarada com Pacheco Pereira sentado no lado errado e sem saber onde meter as mãos e também a cabeça.Tudo aquilo foi uma vergonha que a ninguém aproveitou.
  • - Depois, mais uma coisa verdadeiramente rocambulesca branqueada pela RTP de dona Fátima campos Ferreira: não convidou o centro/detonador de tudo isso, um tal senhor Cunha Vaz - da Agência de Comunicação - que terá desencadeado tudo isso. Mandou o sócio defendê-lo em público. isto em democracia é bonito de se ver. Quando se tem miúfa manda-se um representante oficioso da treta para defender o indefensável. O tal oficioso até citou Salazar, ainda por cima mal. Naquele elaborado raciocínio ainda pensei que o tal Rui Baptista (salvo erro e ex-jornalista) fosse defender que Salazar sempre foi um grande democrata, como há dias fez o historiador Hermano saraiva - naquele sua típica teatralidade. Enfim, foi mais um momento trágico-cómico em directo pela tv. São estas anedotas que temperam a democracia.
  • Já agora, se me é permitido, não se compreende porque razão neste artigo o autor não diz se concorda ou não com a putativa tese de conluío das AC em Portugal. Seria muito interessante que fizesse uma outra reflexão para explicitar esse ponto, talvez o mais importante em todo este epifenómeno. Fica o repto ao Jorge Ferreira, aquele deputado sem papas na língua que, como disse, faz hoje muita falta aquele hemiciclo de gente imberbe e inexperiente e sem qualquer valor técnico, cultural e político. Entre o livro e os deputados que temos venha o diabo e escolha... Por mim, prefiro regressar à galáxia de Guttenberg...