quinta-feira

O "exemplo" lamentável de Zaramago

Certa vez Napoleão, com o seu exército estava a preparar-se para uma das suas maiores batalhas. As forças adversárias tinham já um contigente três vezes maiores do que as suas próprias tropas, além dum equipamento tecnológicamente muito superior. Assim é Portugal comparado - por recurso à analogia - a outros países que são verdadeiras potências culturais: maiores mercados, mais poder de compra, mais hábitos de leitura, maior nível intelectual e cultural geral da população, etc. Sabendo desta desvantagem comparativa inicial Napoleão avisou os seus generais de que também ele iria para a frente de batalha, embora os generais o tentassem convencer do contrário. Feito o paralelo, foi isto precisamente que a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, que até é uma especialista em Eça de Queiroz e uma docente universitária qualificada, tentou fazer - ao reunir as suas "tropas" - que eram, no seu entender, pessoas que poderiam mobilizar as milhares de pessoas em Portugal a adquirir hábitos de leitura. Foi nesse pressuposto que aparecem Marcelo, Figo, Vitor baía (este não temos a certeza, mas sabemos que escreve para crianças, coitadas!!!) e, claro está, por inerência e "fatalidade das bexigas" o sr. Nobel - zaramago. Com estas tropas culturais a ministra da Cultura pensou travar uma batalha e derrotar o império da indiferença e do laxismo relativamente às coisas da cultura em Portugal. Só que no exemplo de Napoleão - como foi o 1º a dar o exemplo - os seus generais e demais tropas seguiram-lhe as pisadas com mais fulgor ainda, tal a coragem e determinação do seu exemplo que serviu para derrotar as tropas adversárias, superiores em número e em qualidade na frente de batalha. No caso de Isabel Pires de Lima, ao invés, e de forma lamentável, os ratos nobilizados foram logo os primeiros a abandonar o barco que tentava rumar ao porto da motivação pela leitura. Naquele caso, houve sucesso porque Napoleão foi o primeiro a dar o exemplo, e nisso foi seguido com redobrada determinação pelos seus auxiliares; no caso da ministra da Cultura portuguesa foi exctamente o contrário, sendo que o mau exemplo partiu precisamente daquele de quem menos se esperava. Não por razões pessoais ou de carácter - pois dali nem bom vento nem bom casamento - mas antes de mais por razões de simbólicas que se prendem em saber honrar o título que se ganhou e pô-lo ao serviço da divulgação da cultura nacional. O Nobel de zaramago deverá servir para algo mais do que para fazer render os 150 mil cts que ele injustamente usurpou ao júri escandianavo embriagado. Obviamente se Zaramago quisesse que as coisas melhorassem no seio da indiferença e do marasmo da cultura nacional, não faria o que fez, nem diria as palavras lamentáveis que torpemente arrotou. Se ele não percebeu o esforço e o firme propósito de cativar as pessoas para a leitura, dificilmente dará um só passo que seja na promoção dessas mudanças necessárias. No fundo, se calhar o que ele, subconscientemente, quis dizer foi o seguinte: "povo português - pfv não leiam mais a merda dos livros que escrevo. Isso é uma fraude. Porque além de já estar rico com os royalties que vos saquei ao longo destes anos já me sinto de consciência pesada em perpetuar essa fraude literária". Assim sendo, alegadamente, até foi um favor que o dito prestou à ministra da Cultura e um alto serviço "kóltural" que prestou à nação que não o vai ler mais.

  • Aqui vemos que os amigos de zaramago também caem. E qualquer dia já não se levantam. Fazemos aqui votos para que a próxima queda seja para breve e mortal, em nome dos milhões de cubanos pobres e miseráveis que anseiam por Liberdade, Paz, Desenvolvimento e Democracia. Aposto que são os mesmos que também têm sede de cultura e de um dia poderem comprarem um livrito na Europa ou nos EUA sem ser às escondidas do pai-tirano com receio de que o pior possa acontecer. É a tal estória dos crimes por delito de opinião...

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