Indiferença: a ideologia do III milénio
Sempre gostei de jogar futebol quanto de ver. Mas é uma anormalidade esta obtusa obsessão que o Portugal-profundo devota à modalidade... Poderíamos moderar essa doença alienante, como limitar o consumo do tabaco ou de cuspir contra o vento. Se dedicássemos à Educação e à Cultura (lato sensu) 1/3 da atenção que hoje os tugas devotam ao futebol amanhã, não tenho qualquer tipo de dúvidas, "limparíamos" todos os prémios nóbeis... Da literatura à ciência, da paz à boa disposição. Seria um fartar de... Alfredos Nóbeis - sem dinamite. Esta imagem que piquei ali num simpático o - Fim de Semana Alucinante - traduz bem a indiferença, que é uma das principais ideologias-doença do III milénio. O razoável seria que destrocássemos os braços para nos abrirmos ao essencial da vida sem, contudo, deixar de considerar o futebol como uma modalidade importante - mas nunca preponderante na vida das nações como o é hoje. E da forma mais doentia e atípica possível. Ontem entrei num supermercado que vendia Plasmas e outras drogas produtoras em massa da alienação, e não é que pensei estar perdido num zoo a quem os tratadores, num ápice, tinham abertos todas as cancelas... Procurei sair de lá o mais rápido que pude, e quando saí a carga de energia negativa que trazia era tanta que me esqueci ao que fui...
( Desenho de "El Roto" no El País de 11.06.2006 )
<< Home