quinta-feira

O dr. Sampaio e Belém

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Sejamos sérios, honestos e rigorosos na avaliação política do dr. Sampaio nesta última década em Belém. Foi tíbio dos pés à cabeça. Mas na vida política anterior ele também nunca fora diferente. Nunca se notabilizara: nem no partido socialista, nem na sociedade, nem na advogacia, em nada. E só ganhou as presidenciais a Cavaco em 1996 porque este tinha vindo da liderança de um governo de 10 anos que conduziu o país para a rota da modernização e do desenvolvimento, beneficiando, também, dos fundos estruturais que vinham de Bruxelas a um ritmo alucinante. Sampaio ganhou e depois não fez nada com essa vitória. E quando pode fazer algo, até pelos seus correlegionários - não por facciosismo ou favoritismo político (mas por justiça política) - enforca politicamente o ex-líder do PS - Ferro Rodrigues - que então arcava também com uma infame calúnia de pedofilia no já arrastado processo de pedofilia da casa Pia - que faz as manchetes de Portugal nos media do estrangeiro. E que faz Sampaio??? Empossa o dr. S. Lopes, o político mais demagogo e populista do pós-25 de Abril. E que faz Sampaio depois? Mete o desgraça do Lopes no olho da rua - enquanto o país fica atónito e pregado ao chão perante tanta asneira em tão pouco tempo. No meio destas vergonhas politico-constitucionais há, claro está, milhares de discursos que ele leu e que outros escreveram, e muitos milhões de pessoas que ao ouvi-los adormeceram, alguns dos quais até tiveram acidentes de viação porque iam a conduzir quando os mesmos discursos eram debitados à turba. Confesso aqui que desejaria dizer umas palavras de consolo e apreço político ao dr. Sampaio - até porque recebi dele um prémio importante em 1996 (sem medalha, graças a deus...). Mas, na realidade, a verdade dos factos impede-me de o fazer. Aquilo que a verdade me dita é simples: Sampaio jamais deveria ter sido PR - assim como Santana também jamais deveria ter sido PM. Eis a homologia que hoje encontro nestes dois políticos. E quando a história for escrita veremos o que os historiadores sérios e honestos escreverão de um e de outro. Talvez não seja muito diferente... Só que um pecou por defeito (Sampaio) e o outro pecou por excesso, e anda por aí a pecar sobre si próprio num caminho pecaminoso sem regresso possível, porque pensa que o Sá Carneiro ainda o elevará de novo a secretário de Estado ou coisa parecida. Julgo, em face destes factos, que Sampaio (por querer agradar a deus e ao diabo ao mesmo tempo) será recordado como o homem de Belém que passa a vida a choramingar, porque se emocina deveras, e também será evocado como aquele "grande" PR que investiu o grande demagogo populista (sacrificando Ferro Rodrigues) como se o país vivesse ainda em monarquia - enquanto Durão abandonava o barco com o casco a arder. Sampaio é tudo isso e o seu contrário, dado que 4 meses depois de ter investido o "monarca" em democracia demitiu-o como se ele fosse um pedinte execrável. Ora isto não se faz. Nem na Sopa dos pobres alí aos Anjos há memória de tamamha injustiça e de maus tratos.. Aqui, ele já não se emocionou??!! Sampaio é tudo isso e o seu contrário; Sampaio é uma poesia morta da natureza que nasceu para ser tudo menos PR, mas foi-o e, por isso, fez de gente fraca e pobre um povo ainda mais débil e sem rumo. Em suma: Sampaio empobreceu Portugal e fragilizou ainda mais os portugueses. E é pena, porque ele até é boa pessoa e gosta do sporting como o meu irmão.
  • Infra vemos um "xukete" onde o dito PR condecora as aves responsáveis pela partida antecipada de alguns incautos. A medalha justifica-se por ser essa a via mais racional que hoje o mundo encontrou de regular a população. E, en passant, até é capaz de condecorar o sr. bimbo da Costa - por ser o actor mais responsavel em Portugal pela indução da violência desportiva. Veremos..., até dia 9 ainda há carradas de medalhas por distribuir. Também aqui Sampaio foi igual a ele próprio, manifestando desatino e ausência total de critério na atribuição dessas medalhas, tamanho foi o descalabro político do locatário de Belém que fez Portugal marcar passo no decurso desta última década. Assim sendo, como poderemos nós aqui recordar aquele que foi o PR mais apagado, passivo e até omisso no desempenho político do mais alto cargo da nação? Dizer o contrário disto é estarmos a citar a poesia que o dr. Sampaio vendeu aos tugas durante uma década. E pior do que uma mentira, só duas mentiras. E isso nós não fazemos.

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Todavia, o que mais estranho é que o PR não se tenha deixado influenciar por alguns assessores mais talentosos que ele, decerto, teve em todo este decénio perdido. Porque não os ouviu? Por que razão não acolheu ou integrou algumas das suas opiniões? Porventura, de alguns que aqui até me lêm à socapa, mas nunca se confessam e cultivam o mito do ser sempre distraído, a leste do paraíso - porque essa é (ou era) também a imagem de marca do filósofo inteligente que anda sempre perdido nas nuvens com altos pensamentos e que nunca tem tempo para por os pézinhos na terra. Também aqui, infelizmente, aquilo que se pode imputar a alguns conselheiros também é imputável a Sampaio. E nós procuramos-procuramos-procuramos e não encontramos uma única qualidade política naquele que ora irá entregar as chaves de Belém ao prof. Cavaco Silva, graças a Deus...))) Ufff

Adenda: Recentemente uns patos, patas, gansos e perús selvagens cruzavam os céus de Portugal e vieram morrer a Guimarães, berço da nacionalidade - cujo fundador o bom do Freitas do Amaral biografou. As aves que aí aportaram - e morreram - foram depois submetidas cuidadosamente à autópsia a fim de identificar a raiz do mal que as fez perder a vida naquela migração de longo curso. Estudou-se, relatou-se, inquiriu-se e o diabo a sete e o resultado da melhor teoria disponível no mercado aponta para uma causa: excesso de medalha. Ou seja, o PR na sua ânsia de deixar uma marca indelével na vida política (aérea) resolveu "condecúrar" as aves que fazem aquelas migrações. E elas com o peso das medalhas e por exaustão e/ou cansaço vieram a sucumbir às terras de Guimarães - que já suscitou o enredo para uma outra biografia de Freitas. Assim vai o mundo, enquanto em Belém se come pato, ganso e codorniz neste Portugal maravilhoso em que todo "o gato sapato" é medalhado. Por este andar, qualquer dia, e em homenagem às "boas" práticas desenvolvidas na Procuradoria-Geral da República nos casos lamentáveis de sucessivas fugas de informação, casa Pia e conexos - vemos o dr. Souto Moura a ser medalhado com um icone-tipo cabeça de pato, cabeça de ganso ou similares - mostrando Belém que a República está bem viva e recomenda-se. Por mim tenho por mais seguro comer apenas carne de soja, pelo menos até que a soja não seja medalhada a partir dos ventos poluídos que sopram há uma década de Belém.