domingo

Fé(zadas) cosmopolitas e transcendentais

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  • Confesso que é com extrema dificuldade que encontro uma legenda para estas imagens, ou melhor, estes ícones da história universal que - boa parte dela - encontra epicentro em Portugal.
  • Vem isto a propósito da transladação do corpo da irmã Lúcia, uma das três videntes dos milagres de Fátima que faleceu o ano passado. Agora, vêmo-la aqui aos acordes dum piano electrónico, ou melhor, dum sintetizador, o que revela que ela era uma mulher do futuro, uma companheira da esperança, uma mulher dos tempos novos, um guia e um farol da intimidade e das crenças dos portugueses.
  • By side, emerge a fútil Paris Hilton (versão trinca espinhas) - que parece puder vir a ser a intérprete do papel de Madre Teresa de Calcutá - uma mulher com uma dimensão verdadeiramente universal (e uma das minhas guias espirituais favoritas e, porventura, uma das mulheres mais relevantes de todo o séc. XX). Esperemos, pois, que alguém com bom senso trave os ímpetos do realizador indiano Rajveenath a cometer essa loucura excêntrica que mancharia a 7ª Arte, pois a bota não bate com a perdigota, além de ser uma ofensa para a Madre Teresa é, por extensão, uma ofensa para a própria Humanidade.
  • Julgo que milagre-milagre é viver-se uma vida inteiramente devotada a uma imagem que tivemos em criança, a um reflexo das forças da natureza espelhadas num vitral ou até a um estado de loucura cerebral que em certas condições, com muita fome ou umas ganzas na tola por exe., o ser humano pode produzir, nessa sequência, um delírio visual e afirmar tempos depois que quando avistou António Vitorino e Judite de Sousa na RTP1 - dizer ao mundo que viu Cassius Clay/Maoamhed Ali jogando box; quando avistou duas oliveiras afirmar à turba que avistou uma manada de elefantes - que ainda cheguei a ver em Moçambique no famoso Parque Nacional da Gorongosa na companhia do meu Pai e do meu Tio por entre sustos e cagaços - e, também, constato hoje, com muita fé.
  • Respeito todos esses silêncios, omissões e manipulações cirúrgicas da Igreja - a organização não governamental mais antiga do mundo com vocação para esse tipo de encenações criativas, e, ao mesmo, paradoxalmente ortodoxas. Mas é assim a igreja: uma quadratura do círculo.
  • Seja como fôr, sempre nutrimos um certo carinho pela mana Lúcia, mesmo quando emergia enjaulada pelos "carmelos" deste mundo, o que fez dela não uma mulher da estatura humana, moral e até intelectual da Madre Teresa de Calcutá (longe disso) - mas uma mulher devota que suscitou e catalizou um certo esprit do sobrenatural em cada um dos portugueses e, de certo modo, alimentou a esperança em cada um desses espíritos mais crentes nessas figuras que alimentaram e coadjuvaram o efeito dos paramilagres em Portugal - que hoje bem precisa deles. Não me admiraria nada que muitos dos paralíticos, cegos, surdos-mudos, coxos e marrecos e até totalistas do euromilhões - se sintam hoje confortados por supôr que a sua sorte se ficou a dever à mana Lúcia e a outras forças sobrenaturais que a ciência não tem método nem instrumento para explicar, e é aí que entra o mistério.
  • O que fez dela uma boa mulher, o que não se deve confundir com uma mulher boa ali personificada na Paris Hilton. Se fosse realizador pagaria à senhora para não representar nada, nem ela própria, tamanha é a sua futilidade. Espero, pois, que também aqui a irmã Lúcia, já no outro mundo, faça um milagre a fim de evitar que o tal realizador de cinema indiano cometa um crime de lesa humanidade: colocar o ícon da futilidade e do vazio a representar o expoente do solidarismo e do altruísmo que a Madre Teresa de Calcutá - na linha de S. Francisco Xavier - encarnou como ninguém na 2ª metade do séc. XX. Afinal, se havia alguém que amava os pobres deste mundo - tal como o Pre. Américo - era a Madre Teresa que era tudo isso ao mesmo tempo: uma boa mulher e uma mulher boa - num misto de caridade cristã e de beleza interior inultrapassáveis.
  • E tudo isto é tanto mais curioso que no momento em concluo estas simples notas de Domingo começou a chuver pedras, por isso julgo ter-se também aqui operado um milagre. O problema é que os pobres sempre tiveram tanto azar que mesmo quando chuvia sopa dos céus eles só tinham garfos nas mãos, razão porque pedimos aqui a intervenção divina para que esta situação se altere e, já agora, que Deus impeça que a Paris Hislton entre em devaneio cinematográfico só porque existe um realizador indiano que lhe quer saltar para a espinha a coberto da Madre Teresa. Ora isto é uma heresia, de todo evitável. Deus que a envie para a Etiópia durante um mês e depois se verá...

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O Pre. Américo foi um pioneiro na racionalização da caridade e o maior amigos dos pobres em Portugal e a Casa do Gaiato foi uma dessas instituições de referência que ficou para o futuro; o outro, mais remotamente, foi S. Franscico Xavier - o santo dos santos - que tinha tanto amor para dar que até se abraçava às árvores para descarregar esse amor, por isso este post também lhes é dedicado: à Lúcia, à Teresa, ao Américo e ao Xavier. São, portanto, dois pares, dois homens e duas mulheres, o que sempre dava para fazer muita coisa, muitos milagres - até para jogar à Sueca...