Fábulas do III milénio: a ave fascinada pela serpente e o dragão doente em busca de sarilhos virtuais
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- Sabemos que a ave vive fascinada pela serpente, mas o que talvez não saibamos é que a ave somos nós e a serpente também. Trata-se, pois, dum conjunto de "nós" múltiplo em que uns pretendem lançar o isco aos outros neste perigoso e mortal jogos entre homens: os homens bons contra os homens mesquinhos (calhandreiros e intriguistas) autores do mal. Poderíamos até supôr que a serpente evoca na ave a forma arquetípica do verme, logo da sua presa. O problema é que o tamanho da serpente faz dela o seu predador, e daí, a paralisia do próprio juízo da ave que a leva - ao fascínio primeiro - e à morte depois.
- Conta um sábio da linha do Estorial a seguinte história: a daquele artista da linha de Sintra que, um belo dia, desatinado com os "pincéis da vida" e com os cavaletes da noite mais os seus próprios neurónios(sinhos), que nunca ultrapassaram a volumetria dum pardal travestido de azul e branco tipo "Bimbo da Costa" - que passa a vida a enviar mails (por interposta pessoa) com anexos revestidos de virús com o fito de inundar, instabilizar e até, se possível, paralisar o funcionamento da máquina de terceiros. É óbvio, dizia o tal sábio, que este tipo, movido ao vapor da esperteza saloia que o caracteriza, antes de abrir a boca já mostrou o estomâgo e as paredes intestinais espelindo fel - o que o levará a escorregar nas teias que ele próprio tece. E um dia, um belo dia, sai à rua e apanha um gato aborrecido que se chega ao pé do pardal azul e branco e.... zás...
- Sucede-lhe o mesmo que à ave fascinada com a serpente. Prosseguia o sábio...: "desta vez escapas apesar da vil estupidez, mas da próxima o gato vai mesmo ter com ele e depois de lhe converter a carinha num 8 a pinta de branco e azul e de azul e branco". E depois regressa a casa, mas não sem antes dizer miaúuuu)))))
- Moral desta estória triste: os gatos são sempre mais rápidos e inteligentes do que os pardais tontos que não passam de dragõesinhos enfeitiçados possuídos pelas técnicas do voodú da linha de Sintra que não sabendo o que fazer ao tempo se estampam contra os muros da vida.
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