A cadela dos xanaX e dos lexotans
Esta é uma cadela sui generis. Tem o hábito de acordar todas as pessoas no prédio madrugada adentro e multiplica os uivos pela manhã fora. Ninguém a segura. Ela é uma espécie de alarme permanente. Nas reuniões de condóminos o dono da cadela é informado, é avisado, é asseverado, é ameaçado e, na última reunião, percebi que fora quase esmurrado pelo seu mais próximo vizinho, o que menos dorme. Enfim, isto é um drama que qualquer dia vira tragédia. Quase todos os vizinhos já reclamaram para as autoridades competentes, quase todos os vizinhos já fizeram baixo-assinados, quase todos os vizinhos já escreveram posts ofensivos na portaria do prédio ofendendo o dono da cadela mais a cadela. O lobi do prédio é já um monumento de asneiras e ofensas. Mas nada. O dono da cadela, coitado, já não sabe o que fazer. Alguns vizinhos menos duridos e mais lerdos da cu-ca, sobretudo os delegados de propaganda médica - que são os modernos caixeiros viajantes - aconselharam-no a dar-lhe xanaX com coca-cola; outros mais polidos sugeriram-lhe lexotanS com licor Brandão; outros ainda recomendaram kainever; e os mais velhos apontaram para o sedoxil. Enfim, aquilo mais parecia um bazar farmaceutico. Mas a estória da "ladroagem" repete-se, e vai daí o dono da cadela, a fim de a acalmar, baptizou-a com a marca xanaX - cujos speeds lhe administra com leite quente acompanhado de cerélac. Ainda assim, ela pula que nem uma cabra montanhesa do Norte (da Europa). Parece mesmo uma cabra da cordilheira dos Andes em viagem pelas américas num inter-rail manhoso sorteado no inverno pela agência Abreu. Há dias o veterinário foi chamado ao domicílio da cabra, perdão, da cadela, ou melhor da xanaX (que também já tem um blog na internet - embora seja uma farsa só para inglês ver, é claro!!! e fazer pirraça às demais cadelas) - e após um exame minucioso às partes pudengas do bicho o Vet concluíu que a xanaX tinha um problema congénito: andava permanentemente com o cio. Neste momento persiste um problema: descobrir onde está o tigre autor daquela proeza. E agora anda toda a vizinhança em sobressalto. Tudo por causa da xanaX. Quer dizer, por causa do tigre que anda nas redondezas.. E agora já nem os bombeiros lá querem fazer a ronda. O medo instalou-se e parece que a estupidez também.
- PS: Relatório final do Vet:
De súbito a Xanax sumiu, foi ter o tigre, mas a estupidez na polis ficou e ameaça eternizar-se. Eis o que sucede a certas cadelas (bípedes, vq, andam só com as patas trazeiras) e que, por serem tão - mas tão-tão burrinhas (efeitos do xanaX...) - mais se parecem com pessoas egocêntricas e narcisistas que começaram agora a dar os primeiros passos na prosa do auto-elogio decadente através de semáforos sem luz e de blogs-fantasma encomendados aos putos-trouxas, as usual. Até um cego versado em semântica percebe o que se passou: o expediente utilizado; a mão da autor(a); e o efeito pretendido; depois sobrevém o arrependimento, a frustração, a neurose e até a naúsea. A cadela, afinal, deixou o rabo de fora e denunciou tudo. Até o seu carácter mesquinho e egocêntrico. Ou seja, a (tal) cadela que andava sempre com o cio - foi descoberta, e descoberta constatou-se que não se tratava de nenhum canino de carne e osso, mas de uma cadela insuflada. Hoje já não temos cadela nem xanax - que alimentava o seu ego saloio e meio tripeiro, e os vizinhos puderam, afinal, dormir em pax dado que o silêncio regressou ao prédio, concluíu o Vet.
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