Teoria política para políticos e gestores de projecto
- Em última instância, os processos de desenvolvimento económico são lutas pelo poder. Esta escala de valores definitiva é formada por "razões de Estado" e com elas medimos também as nossas reflexões económicas, sociais e políticas.
- Ora isto não se parende na física nem na gestão tout court. Isto é simples e aprende-se nas ciências políticas, ou seja nas tais "filosofices" que a ministra da Educação exterminou e da muita falta de dignidade que as humanidades em geral recebem do Estado. Fica a nota para físico e gestor (do poder) aprofundarem.
- O recente caso do MIT - que ainda degenera em mitomania - recordou-me que a política é como a perfuração lenta em tábuas duras. Exige tanto paixão como perspectiva, horizonte e zenite. E por vezes falta-nos tudo isso, até dinheiro quando não mesmo consciência dessas faculdades intelectuais. Naturalmente, toda a experiência histórica confirma a verdade que o homem jamais teria alcançado O POSSÍVEL se repetidas vezes não tivesse tentado o IMPOSSÍVEL. Talvez por isso se diz que a Política é arte do possível. E para muitos casos de corrupção é-o certamente...
- Dito isto, com a ajuda do maior sociólogo da modernidade - Max Weber - já estamos em condições de pensar que o homem - especialmente o homem político - deveria ser um líder. So far, so good. Mas a novidade desta relação não se confina à (previsível) liderança. Supõe ir além da janela do quarto, aumentar o perimetro do umbigo. Ou seja, os políticos do nosso tempo - situados na dobra do milénio - têm de ser algo mais do que líderes de massas, têm de ser heróis, no sentido mais discreto do termo.
- Esta questão coloca-se com tanto mais acuidade aqueles que não são nem uma coisa nem outra: nem líderes, nem heróis. São apenas os novos vendedores do tempo e do templo. Ser líder-herói significa hoje acalentar a esperança, alimentá-la de molde a atingir o tal IMPOSSÍVEL.
- Impossível na economia, na política, na coesão social e o mais. Somente aqueles que têm essa vocação da política têm essa chama, essa certeza de que as coisas não desmoronam quando o mundo, a Europa, Portugal entre numa rota de crise ou mesmo de recessão e definha progressivamente - desde as exportações à cultura e aos demais índices de desenvolvimento social e humano.
- Que fazer, então? Ou melhor - que dizer para identificar essa categoria de pessoas ante a crise geral do mundo - que atravessa uma das piores conjunturas políticas, económicas e financeiras do pós-II Guerra Mundial?
- Talvez, quem em face de todos esses problemas que afectam as famílias, as empresas e as pessoas individualmente - ainda haja quem diga - Apesar de tudo!!! - a política vale a pena.
- Talvez esta relação persistente colocada pela política nos conduza a uma conclusão maior: o objectivo da política é conseguir, ao mesmo tempo, validar a ética dos fins últimos e a ética da responsabilidade, casando a responsabilidade ética com a razão de Estado - articulando interesses legítimos com princípios inalienáveis.
- No caso do MIT - tento perscrutar a ética e a responsabilidade, a alma e o interesse de Estado - busco, busco e só encontro pequenos pecados mortais. Não sei se por lá estão os 7, mas fácilmente encontrarei uns bons 50% deles...
- Alguém dizia: Como posso eu governar Roma com aquelas mulheres belas ali a olharem para mim...
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