A "caçada"
Há dias ofereci um livro a um "amigo". Vai com aspas porque do outro lado a conduta é irregular, errática e nuns dias sinto que sou amigo, noutros conhecido, noutros ainda desconhecido. Faz lembrar o "outro" do telefonema... Mas pouco importa isso agora. Freud explica isso à exaustão.. Muito melhor que eu. Mas o que sublinho é o seguinte: Recebi uma nota dizendo: "boa caçada". Achei piada. Uma piada perversa, é claro. Explico porquê...
Será que publicar um livro e incluir as pessoas que o autor entende traduz uma "boa caçada"? Nesse caso - "ele" também foi caçado - e eu - o autor - o putativo "caçador". Pensei, pensei, pensei e não fiquei com certezas...
Foi então que me lembrei que o dito "amigo" poderia ter-se lembrado do meu passado africano, feito de safaris no Parque Nacional da Gorongosa - em Moçambique. Como? fazendo aquelas escapadinhas ao macroscopio (onde denuncio parte da minha biografia), mas sem deixar rasto. Sempre de mansinho...
Fiquei fascinado com aquela frase: boa caçada! Perversamente fascinado. Eu - o autor - agora no papel de predador; ele, o ex-professor - no papel de presa. Tudo confeccionado numa boa caçada.
De facto, as palavras não são inocentes, nem ingénuas. Por vezes mandam flores; outras vezes atiram pedras. Pedras, pedras ocultas em boas caçadas.
Que mais poderei eu dizer senão obrigado - pela "caçada".
Tentarei, contudo, ir mais longe: dando um exemplo de uma verdadeira caçada. Neste caso, uma caçada à Dali.. Só que aqui a caçada tem talento, é sublime. E decorre de um sonho causado por um qualquer voo de uma Abelhinha em torno de uma Romã, 1 segundo antes de despertar. Será que o "autor" da frase da caçada sabia desta outra caçada... Creio que não. Sem aspas...
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