terça-feira

TERESA PAIS ZAMBUJO: a Técnica Política "Anti-Política". O lançamento da sua Obra: Oeiras - Um Permanente Desafio

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  • OEIRAS - UM PERMANENTE DESAFIO...
Ontem teve lugar o lançamento da obra daquela autarca, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras. OEIRAS – Um Permanente Desafio – Discursos 2002-2004, que compila as suas intervenções públicas. O prefácio é de Luís Marques Mendes, ex-ministro, deputado e um político experimentado e de alta competência e mérito. O Doutor Ernâni Lopes, conhecido de todos nós, fez a apresentação pessoal e técnica da autora, com um impressionante currículo feito na Administração Pública. Sólido, diria.. Tudo isso já é conhecido dos munícipes, por isso apenas aqui deixo uma síntese desse trajecto. Pois convém saber o que se passou antes de a autarca ter assumido os destinos da CMO em 2002, substituindo Isaltino de Morais, que governou a cidade durante 16 anos, fazendo de Oeiras um modelo de sucesso e qualidade de vida. Teresa Pais Zambujo é uma mulher inteligente e culta, de grande carácter, dotada de enorme sensibilidade, simpatia e afabilidade, com uma capacidade notável de relacionamento pessoal e de motivação de colaboradores ou de subordinados, como diz Luís Marques Mendes, seu correligionário de partido e amigo pessoal. É profissionalmente uma mulher competente e experiente. Vejamos: esteve à frente da Direcção Geral do Desenvolvimento Regional (3 anos), e da Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, durante igual tempo. Percorreu todo o trajecto na hierarquia da Administração Pública. Foi também Vereadora. Economista de profissão e humanista por formação, Teresa Zambujo colocou na gestão do município um sentido personalista e um grande esprit de liderança. De tudo resulta uma marca indelével de competência – que imprime à sua gestão e desenvolve com um sentido estratégico. Competente e rigorosa, transparente e criteriosa, é também responsável e eficaz. Preocupa-se em pensar o futuro, equacionando as grandes questões que envolvem Oeiras no médio e longo prazo. Tem, como sublinhou o Prof. Ernâni Lopes, um pensamento estruturado e sólido, capaz de ligar o desenvolvimento do governo da cidade ao desenvolvimento regional no tecido integrativo do País. Ora é daqui que resulta uma obra de grande valia. Pois não se trata apenas de mais um livro de discursos públicos, chato e cheio de lugares-comuns. Ao invés, encontramos nele uma peça de grande qualidade intelectual, cultural e até doutrinária. Confesso que ao ler algumas dessas intervenções, constatei um estilo quase ensaístico, tão do gosto dos cientistas políticos. Vivo hoje neste Concelho. E posso constatar essa dinâmica em Carnaxide, que beneficia de uma excelente biblioteca, com acesso gratuito à Internet proporcionando aos seus munícipes uma qualidade de vida que, de facto, não é acompanhada pelos demais concelhos do país. Oeiras é, assim, um exemplo de dinamismo e espírito de iniciativa, e Teresa Zambujo tem sabido ser esse rosto de modernização e desenvolvimento. O Parque dos Poetas e o Transporte automático urbano (SATU), foram dois desses empreendimentos. Houve, pois, a capacidade de não só sequenciar os projectos que vinham de traz, mas também a ousadia e a ambição de querer mais e melhor. A aquisição pelo Município do Palácio dos Marqueses de Pombal, são um excepcional exemplo. Um investimento de carácter histórico e cultural de indiscutível relevo e que poderá, num futuro próximo, projectar um maior desenvolvimento e afirmação cultural de Oeiras no tecido nacional. É tudo isto, felizmente, que contrasta com os maus exemplos que os políticos nacionais, amiúde, vão dando à colectividade. Enquanto que Teresa Zambujo tem um trajecto profissional sólido na Alta Administração, os políticos que nos (des)governam são um exemplo de “salta-poçinhas”, indiscretos e vulgares, denotando fragilidades imperdoáveis na gestão da polis. Enquanto Teresa Zambujo é um modelo de credibilidade e confiança, os líderes políticos que, inusitadamente assumiram os destinos do País, padecem de uma terrível falta de vocação para os altos cargos que (pouco democraticamente) exercem. Enquanto que Teresa Zambujo é o espelho de rigor, transparência, responsabilidade e eficácia, estes figurantes da política, num misto de “Zandinga e Gabriel Alves” (para citar um político nacional em Bruxelas), representam papeis escritos por terceiros, são bem o reflexo da irresponsabilidade, da ambição desmedida, da opacidade, da falta de rigor na condução dos projectos nacionais e, por todos, da ineficácia e falta de convicção da actividade mais nobre que é a Política. Uns lideram projectos e os verdadeiros destinos das comunidades; outros, produto de shows televisivos e estruturas de entretenimento mediático-desportivos, afirmam a cosmética ante as luzes da ribalta. Uns trazem Portugal no coração, outros levam-no no bolso traseiro. Por esse jet-set decadente e fútil que pesa sobre Portugal. Enfim, Teresa Pais Zambujo é, nesta breve súmula, uma Mulher excepcional, de grande qualidade técnica e humana, equipada de valores e convicções. Tudo isto faz dela uma gestora moderna, eficientemente preparada para a gestão das questões autárquicas, hoje cada vez mais complexas, e granjeando o respeito de todos, à direita e à esquerda no espectro politico-ideológico. O que também confere estabilidade na Assembleia Municipal da autarquia. Uma estabilidade que traz dividendos de desenvolvimento em prol das populações. Serão, certamente, estas as qualidades que os autarcas – todos eles – deveriam ter. Mas infelizmente não é assim. As razões são bem conhecidas, o caciquismo local ainda é, lamentavelmente, uma realidade enraizada – que nos recorda algumas passagens da Morgadinha dos Canaviais, que é um belo romance sócio-político de Júlio Dinis. Uma realidade que pouco tem a ver com competência e o mérito, e assim vai Portugal – zigue-zagueando ao sabor dos momentos políticos, sem planeamento, sem um pensamento prospectivo que nos ajude a antecipar o futuro. Ora é isso que Teresa Pais Zambujo contraria. Não deixando a política para o acaso e para a técnica do improviso, que muitos cultivam, à míngua de melhor preparação técnica, política e cultural. Nesta perspectiva, Teresa Zambujo é o modelo do Anti-Político, sendo, contudo, uma excepcional política. É portadora das melhores virtudes dos quadros mais elevados da Administração, mas rejeita os vícios empedernidos que ainda muitos políticos nacionais ostentam. A sua discrição rima aqui com eficiência, ao invés do alarde com que alguns figurantes da política – bem conhecidos – falam à saída das igrejas, discursam em cemitérios, etc, etc. Mas o que importa é sublinhar é que Oeiras tem um modelo de governança que cuidadamente observa os melhores princípios da Administração, com os ideais de bem-estar que as populações defendem. Reforçando, assim, os índices de atractividade do concelho na busca de investimentos duráveis, geradores de emprego de qualidade, com bons acessos oferecendo às populações um bom padrão de qualidade de vida. Good government e accountability podiam ser a fórmula que gerou em Oeiras uma boa governabilidade, dinamizando a adaptabilidade do concelho às condições de modernização exteriores; à sua governabilidade – patente no perfil e na liderança políticas; à viabilidade com que gere e múltiplica os processos de transformação sociais; e de sustentabilidade – que decorre da forma como aquela liderança equaciona (prospectivamente) o futuro. Antecipando-o e apropriando-se dele. É para isso que serve o estudo do pensamento estratégico aplicado à gestão de um município, como Oeiras. Antecipar os problemas pela via da reflexão prospectiva, mobilizar os colaboradores e as populações locais e, por fim, ter vontade política de concretizar. É assim que vejo a praxis política da autarca Teresa Pais Zambujo. Uma Mulher excepcional, que sabe identificar o mérito e, atempadamente, valorizá-lo. Valorizando a paixão com a razão, o coração com o espírito – sabendo que aí está a chave da abóbada do sucesso político, o que se mede pelo grau de satisfação das populações sem nunca descurar o futuro das gerações mais novas. Até se poderia dizer que Teresa Zambujo dá ao Município um conjunto de mensagens através de uma paleta de cores: o azul da sua razão está associado ao amarelo das sensações quentes que produz o verde da acção explosiva. Julgo, portanto, que esta metáfora, ao invés doutras que foram inventadas (e que parece tinham a ver com bé-bés e incubadoras – sem ofensa para os recém-nascidos), se ajusta eficientemente aquilo que politicamente se tem passado em Oeiras desde 2002. E o balanço traduz-se num modelo de governo local assente em políticas dinâmicas, empreendedoras sem, contudo, perder a visão social para beneficiar aqueles que só mais dificilmente conseguem acompanhar a marcha veloz do progresso e do desenvolvimento. Num equilíbrio entre eficiência, oferta de serviços públicos racionalizados e de uma abertura democrática às populações, colhendo nelas aquilo que elas têm de melhor. Por vezes, boas propostas que são depois integradas e assumidas publicamente. Não podemos esquecer que hoje o governo local, especialmente da dimensão e importância de Oeiras, é profundamente influenciado pelas condições económicas exógenas – quer nacionais quer internacionais – que têm de ser geridas e integradas como se de recursos internos se tratasse. Ora é também através desta internalizaçãao de oportunidades, projectos e vantagens, que Teresa Zambujo, experiente na negociação dos dossiers em Burxelas, nos pode, seguramente (continuar) a oferecer. Julgo que foi a pensar nessa sustentabilidade que escolheu o título do seu tão interessante quanto estimulante livro: Um Permanente Desafio. E o que é permanente é algo que atravessa a lógica do tempo, concitando passado-presente-futuro numa qualquer outra dimensão geo-temporal que ainda não descobrimos o que seja. Mas que pode decorrer da capacidade política de equacionar e resolver um conjunto de problemas. Os nosso problemas contemporâneos que, grosso modo, afectam todas as cidades. A saber: • Qualidade residencial • Promoção do sector terciário e de espaços e equipamentos culturais e de lazer • Resolver os condicionamentos ambientais e salvaguardar o património • Melhorar as condições de vida das populações mais desfavorecidas • Reforçar a integração regional do espaço concelhio e dar-lhe uma dimensão e identidade estratégica Tudo isto só se vence com uma aposta na Educação, na valorização de quadros, em atrair os melhores. É também aqui, como simples munícipe, que verifico e valorizo esta liderança: apostando na educação, na formação, na habitação social, infra-estruturas, saúde e higiene pública. Afinal, onde é que estou, onde estamos!? Confesso que quando deixei Benfica, onde residia, e vim morar para Carnaxide, fiquei admirado. Admirado com as pessoas e com as infra-estruturas. Só conhecia aquela Oeiras do Verão, por causa da praia, do sol e da areia. Enfim, conhecia aquela Oeiras do lazer, que hoje também beneficia de um espaço pedonal verdadeiramente excepcional, proporcionando uma excelente pista marítima para praticar desporto e, assim, diminuir os óbitos por acidente cardiovascular das populações (mais e menos idosas..) Foi esta transformação que me surpreendeu. Pois pensava encontrar um concelho pacato, com sol e mar à vista e bons acessos. E, afinal, encontrei muito mais do que isso: uma região de excelência, com um quadro competitivo singular no âmbito dos municípios europeus, com actividades de perfil tecnológico avançado, num local de solidariedade e de igualdade de oportunidades, que é o objectivo global da equipa que gere actualmente este município. Tenho-me apercebido disso quando falo com o Dr. Macedo e Sousa, Director do Gabinete de Comunicação da autarquia por motivos que se relacionam com um projecto de âmbito editorial/cultural ao qual o município se associou desde a primeira hora. Mas o que importa para o tecido conjuntivo das populações é, de facto, encontrar em Oeiras um espaço, um património, um caldo de cultura onde se vê o desenvolvimento regional fluir diante dos nossos olhos, com os projectos a nascerem e a desenvolverem-se, como as próprias pessoas. Eis o conjunto de ideias que retive no lançamento da obra de Teresa Pais Zambujo, apresentado ontem com o saber e a mestria ímpares do Professor Ernâni Lopes. Que teve a inteligência de correlacionar, na lógica de afirmação e desenvolvimento das cidades, que elas só podem ganhar dimensão, tal como as pessoas, se observarem um conjunto de características – que importar enumerar e consolidar no terreno: • Um espaço de inovação e desenvolvimento • Um espaço ambientalmente sustentável • Uma comunidade participativa e oferecendo igualdade de oportunidades • E uma autarquia com um bom governo local e perto dos cidadãos Mas sem as pessoas que nela habitam nada feito. Razão por que elas – as pessoas – devem sempre estar no centro das políticas autárquicas, dado que se elas não estiverem bem preparadas, não tiverem uma capacidade competitiva que as diferencie – as suas empresas também não conseguem gerar produtos e serviços, enfim, valor acrescentado, para exportar esses produtos/serviços surgindo, assim, a cidade mais como um custo do que uma vantagem. Daí a relevância da educação para a vida, que acima referimos, como forma e valor que representa a chave principal do nosso processo de modernização e desenvolvimento. Para concluir este meu simples testemunho de munícipe, diria o seguinte: governar uma cidade é como governar um País. A diferentes escalas, naturalmente. Mas hoje, pela complexidade crescente dos problemas, diria que os traços comuns daquelas dificuldades se acentuaram. A política duma Autarquia, como de um País, é a da busca incessante do Bem Estar Social de todos, senão, pelo menos, do maior número, como diria Aristóteles. Consubstanciando-se no futuro das gerações emergentes. Para o efeito, há que pensar e formular um conjunto de questões básicas. Básicas, mas essenciais e também difíceis de implementar, dada a frequente escassez de recursos financeiros, hoje agravado pela diminuição dos tradicionais fundos comunitários que vinham da União Europeia, que a autarca, como especialista em desenvolvimento regional, tão bem conhece.
Eis algumas dessas questões prévias:
• Articular as dimensões económica, social e cultural dos projectos de desenvolvimento • Identificar as necessidades mais urgente das populações e dar-lhes resolução • Criar resposta adequadas ao apoio dos problemas das populações mais desfavorecidas • Mobilizar e aproveitar as potencialidades, capacidades e recursos locais • Mobilizar as populações para a resolução dos problemas ambientais • Reforçar a democracia do governo da cidade – recorrendo ao modelo de governança – e apostando nas parcerias estratégicas entre a autarquia e as empresas e ONG que queiram construir o futuro comum em prol das populações e duma democracia participativa e duma cidadania plena Julgo que estas questões, tão urgentes ao presente e ao futuro, podem e devem ser equacionadas. Pois se as questões estiverem bem colocadas as respostas para elas também serão melhor respondidas. Mas isso já depende da comunidade e da forma como ela vê e sente estes problemas; do relacionamento das populações com o seu meio; a forma como os actores locais equacionam o futuro, nas suas diferentes dimensões e perspectivas: económica, social e cultural. Depende, afinal, de todos nós. Mas uma certeza temos. É que Oeiras é, hoje, o mais dinâmico dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. E o seu desenvolvimento tem sido exponencial nos últimos anos. Julgo mesmo que o números de obras adjudicadas aumentou desde 2002, não obstante o inovador trabalho que se fez na década precedente. Mas é natural que queiramos sempre mais. Mais e melhor. É da natureza humana esta plena (e saudável) insatisfação. É uma insatisfação que nos tranquiliza quando regressamos ao trajecto profissional de Teresa Pais Zambujo, e lá encontramos um motor sempre a gerar e irradiar energia, ou a “pedalar”, como prefere dizer. Afinal, esse seu exemplo, mesmo que estivesse fora da política seria sempre um farol para todos nós, que queremos sonhar, projectar, intervir, executar e liderar coisas. Processos de desenvolvimento e de qualificação do território e das populações que aqui trabalham ou afluem para fruir simplesmente a vida. Como inteligente e sensível que é, Teresa Pais Zambujo sabe melhor do que ninguém duas coisas. ambas ligadas à ciência da prospectiva, que cultiva no quotidiano da sua gestão política. Uma é que quando mais depressa se roda, mais longe devem alcançar os faróis; a outra, decorrente daquela, é que quanto mais uma árvore demora a crescer, menos se deve esperar para a plantar. Ora é esta mudança, porque o mundo muda permanentemente, que precisa duma direcção. E o constante planeamento não pode , como se de um passe de mágica se tratasse, eliminar essa incerteza, sempre tão mascarada pelas profecias ilusórias de outros figurantes da política nacional. Mas uma coisa se pode fazer, mesmo que com a ajuda ou recurso à poesia, que é a arte e a técnica que acerta - quando todas as outras ciências falham. Mesmo a economia. É ela (a poesia), de mãos dadas com a filosofia (política, sua parente), que nos ajudam a reduzir aquela incerteza, inerente ao contexto de globalização competitiva em que vivemos. Reduzir essas sombras é, afinal, a arte suprema da actual condição da governação, que visa tomar decisões que vão na direcção do futuro desejado e sentido pelas populações. Como a autarca, Teresa Zambujo, é uma humanista de formação, e eu, mais modestamente, também. Por isso, concluo com um poema do grande António Gedeão, que sei que agrada a ambos. O poeta que, verdadeiramente, era o Prof. Rómulo de Carvalho - que formou gerações de homens no Liceu Pedro Nunes, que também frequentei. Diz assim: “Olho imagem por imagem numa comoção crescente. Enchem-se-me os olhos de água. Tanto sonho! Tanta coisa! Tanta gente! São automóveis, lambretas, Motos, vespas, bicicletas, Carros, carrinhos, carretas, E gente, sempre mais gente, Gente, gente, gente! Num tumulto permanente, Que não cansa, nem descansa, Um rio que no mar se lança, Em caudalosa corrente. Tanto sonho! Tanta gente! Tanta esperança!”
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