TERESA PAIS ZAMBUJO: a Técnica Política "Anti-Política". O lançamento da sua Obra: Oeiras - Um Permanente Desafio
TERESA PAIS ZAMBUJO -
- OEIRAS - UM PERMANENTE DESAFIO...
Eis algumas dessas questões prévias:
• Articular as dimensões económica, social e cultural dos projectos de desenvolvimento
• Identificar as necessidades mais urgente das populações e dar-lhes resolução
• Criar resposta adequadas ao apoio dos problemas das populações mais desfavorecidas
• Mobilizar e aproveitar as potencialidades, capacidades e recursos locais
• Mobilizar as populações para a resolução dos problemas ambientais
• Reforçar a democracia do governo da cidade – recorrendo ao modelo de governança – e apostando nas parcerias estratégicas entre a autarquia e as empresas e ONG que queiram construir o futuro comum em prol das populações e duma democracia participativa e duma cidadania plena
Julgo que estas questões, tão urgentes ao presente e ao futuro, podem e devem ser equacionadas. Pois se as questões estiverem bem colocadas as respostas para elas também serão melhor respondidas. Mas isso já depende da comunidade e da forma como ela vê e sente estes problemas; do relacionamento das populações com o seu meio; a forma como os actores locais equacionam o futuro, nas suas diferentes dimensões e perspectivas: económica, social e cultural.
Depende, afinal, de todos nós. Mas uma certeza temos. É que Oeiras é, hoje, o mais dinâmico dos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. E o seu desenvolvimento tem sido exponencial nos últimos anos. Julgo mesmo que o números de obras adjudicadas aumentou desde 2002, não obstante o inovador trabalho que se fez na década precedente.
Mas é natural que queiramos sempre mais. Mais e melhor. É da natureza humana esta plena (e saudável) insatisfação. É uma insatisfação que nos tranquiliza quando regressamos ao trajecto profissional de Teresa Pais Zambujo, e lá encontramos um motor sempre a gerar e irradiar energia, ou a “pedalar”, como prefere dizer.
Afinal, esse seu exemplo, mesmo que estivesse fora da política seria sempre um farol para todos nós, que queremos sonhar, projectar, intervir, executar e liderar coisas. Processos de desenvolvimento e de qualificação do território e das populações que aqui trabalham ou afluem para fruir simplesmente a vida.
Como inteligente e sensível que é, Teresa Pais Zambujo sabe melhor do que ninguém duas coisas. ambas ligadas à ciência da prospectiva, que cultiva no quotidiano da sua gestão política. Uma é que quando mais depressa se roda, mais longe devem alcançar os faróis; a outra, decorrente daquela, é que quanto mais uma árvore demora a crescer, menos se deve esperar para a plantar.
Ora é esta mudança, porque o mundo muda permanentemente, que precisa duma direcção. E o constante planeamento não pode , como se de um passe de mágica se tratasse, eliminar essa incerteza, sempre tão mascarada pelas profecias ilusórias de outros figurantes da política nacional. Mas uma coisa se pode fazer, mesmo que com a ajuda ou recurso à poesia, que é a arte e a técnica que acerta - quando todas as outras ciências falham. Mesmo a economia.
É ela (a poesia), de mãos dadas com a filosofia (política, sua parente), que nos ajudam a reduzir aquela incerteza, inerente ao contexto de globalização competitiva em que vivemos. Reduzir essas sombras é, afinal, a arte suprema da actual condição da governação, que visa tomar decisões que vão na direcção do futuro desejado e sentido pelas populações.
Como a autarca, Teresa Zambujo, é uma humanista de formação, e eu, mais modestamente, também. Por isso, concluo com um poema do grande António Gedeão, que sei que agrada a ambos. O poeta que, verdadeiramente, era o Prof. Rómulo de Carvalho - que formou gerações de homens no Liceu Pedro Nunes, que também frequentei.
Diz assim:
“Olho imagem por imagem
numa comoção crescente.
Enchem-se-me os olhos de água.
Tanto sonho! Tanta coisa! Tanta gente!
São automóveis, lambretas,
Motos, vespas, bicicletas,
Carros, carrinhos, carretas,
E gente, sempre mais gente,
Gente, gente, gente!
Num tumulto permanente,
Que não cansa, nem descansa,
Um rio que no mar se lança,
Em caudalosa corrente.
Tanto sonho! Tanta gente! Tanta esperança!”
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