terça-feira

O MESSIAS e as promessas da Feira da Ladra...

Image Hosted by ImageShack.usImage Hosted by ImageShack.us Conheço um “artista” da antropo-psicologia e afins - que quando envia mails para os respectivos conhecidos recomenda: “saúde, força e muitas alegrias” . À 1ª vista, confesso, aquilo parece-me a banha da cobra que se pratica na Feira da Ladra para vender pregos e cobertores… Mas uma leitura mais fina, mesmo que tal não corresponda aos verdadeiros anseios do dito emissor, lembro-me sempre de algo mais fundo que nos convida à meditação: à meditação religiosa verbalizada noutra fórmula, essa sim, de maior amplitude: AMOR PARA TODOS, ÓDIO PARA NINGUÉM. O DESAFIO DO NOVO SÉCULO É O ESTABELECIMENTO DA PAZ, IRMANDADE, TRANQUILIDADE, JUSTIÇA, DESENVOLVIMENTO E AMOR. Tudo em nome de ALLAH, O CLEMENTE, O MISERICORDIOSO. Se observarmos o nosso ambiente vemos que apesar de todos os esforços materiais, o homem encontra-se cada vez mais intranquilo e angustiado, porque apesar de todo o progresso material o homem sente-se mais desprotegido. E, em termos, políticos, sub-representado com estas lideranças de segunda e terceira escolhas… Em todo o lado existe desonestidade, até no "amigo" do lado que pensávamos ser um modelo de virtudes. O egoísmo é a nota dominante, regular e continuada – um traço nacional ou colectivo (de inveja) – também permanente. Nos partidos políticos esta característica é tão notória quanto na vida privada - entre as pessoas. Por isso, pouco ou nada importa comungar dos mesmos ideais porque o conflito, a desconfiança, a sobranceria estão sempre lá…, à espreita para emitir as palavras: "forças, saúde e muitas alegrias"… - só alguns sabendo o que se esconde por trás delas. O que estas palavras verdadeira traduzem é: matem-se uns contra os outros que estou no topo da montanha pronto a assistir.. E levo binóculos para não perder pitada. Portanto, NÃO BASTA EVOCAR AS FALSAS RELIGIÕES DO MUNDO DE HOJE – prometendo a paz, o progresso e o desenvolvimento entre os homens. Talvez por isso, também o mundo religioso esteja em crise, pois nenhum ensinamento (retível) ele hoje oferece. Nenhum ensinamento verdadeiro nem sugestão aceitável para estabelecer a paz no mundo, ou até a melhoria nas relações interpessoais de molde a que as pessoas deixem de dizer – “força e muitas alegrias” – mas, simplesmente, “VIVA”; ou "já comeste hoje" – tal como se diz no mundo sul-americano… Se virmos os livros religiosos de diferentes religiões constatamos que existem profecias em todas elas – sobre a vinda de um grande Reformador que trará ao mundo sossego e paz. Ora isto não está, absolutamente, nos desígnios do sr. S. Lopes. Quer na componente civil ou política, muito menos na vida religiosa. Tudo menos sossego e paz, nem governação, como se constatou ad nauseaum – apesar do curto espaço de tempo. Pois há momentos da vida em que o tempo curto não carece do tempo longo para sabermos a verdadeira identidade do tempo certo. Deste modo, as grandes religiões estão a aguardar por um Grande Reformador, um Príncipe de paz, o Espírito de verdade, que guiará toda a verdade. Assim, Os Cristão aguardam pela vinda de Jesus, Os Muçulmanos a chegada de MAHDI (Reformador), Os Budistas a 2ª vinda de Buda, Os Hindus a chegada de Deus na pessoa de Karishna e Os Judeus ainda aguardam o aparecimento do Messias e o descanso de Elias dos céus. Em Portugal, e à míngua de grandes crenças, pois as igrejas estão desertas e só se enchem de idosos e reformados que lá afluem para matar a solidão, o que vemos? O regresso de Gueterres – para dar uma ajudinha ao engº Sócrates; mas Cavaco negou, veementemente, tal muleta a Lopes. Porquê? P. Portas prometeu mundos e fundos aos “reformados de guerra” – não cumpriu e hoje fala em competência sem cuidar antes de saber que a seriedade e a honestidade são valores prévios... Ora são estas pequenas contradições que deveriam fazer com que os crentes enchessem mais as igrejas.. Pelo menos aí não se mente e as promessas que se fazem – se não cumpridas – geram menos descontentamento ou frustração social. E as que geram remetem para o campo metafísico, para o transcendente que nunca vemos.. Do mesmo modo, assim se pode enquadrar aqueles actores da política lusa. Tudo prometendo e nada cumprindo. Com um único fito: ganhar eleições, conquistar o poder. Ora também isto é uma nova modalidade de fanatismo, enganando as massas, incitando-as, agora, na batalha comicieira de saber quem apresenta mais chouriço e mais gente paga para bater palmas; incitando-as ao ódio e até à violência (larvar) e latente nos discursos dos respectivos “lideres” na actual política nacional. Penso, com alguma certeza, que se aquela gente humilde, desdentada, comendo, falando e enviando perdigotos para a câmara - ao mesmo tempo – não fosse paga/transportada para estar ali para comer “uma buchinha”, só estariam nesses campos de batalha o candidato, os assessores anafadinhos do mesmo e os caciques locais que aguardam pelo subsídio prometido na véspera ou a promessa de chegarem a deputados, muitos mal sabendo ler. Uma tristeza deprimente, confesso. Ora é a isto que chamo o novo fanatismo político em Portugal. Que passa por rebentar "bombas morais" que aviltam as nossas consciências quando vejo tão inqualificável espectáculo pela TV. Ou seja, queremos a paz e temos a mentira e a ilusão; aguardamos pela verdade e temos boatos de assassínio de carácter encomendado através da imprensa brasileira depois aproveitados/potenciados pelos líderes e a entourage da Lapa,. Tudo se recorta numa farsa deprimente que envergonha Portugal, com quase um milénio de História. Ou deveria envergonhar se estes figurões - já meio canastrões - tivessem algum decoro ou vergonha.. Mas qual é a vantagem desta quase-prédica!? É a de procurar saber destrinçar o verdadeiro do falso – quer na política, na religião ou, simplesmente, na vida civil. Uma das tarefas que Portugal precisa é de saber eliminar esses falsos profetas – que desejam “muitas alegrias” aos seus semelhantes e depois são os primeiros a trai-los. É assim na vida privada e cada vez mais na vida da polis. É a própria vida política que nos dá esse ensinamento, depois potenciada na relação privada das pessoas. É nesse laboratório rico em más experiências que encontramos o suporte para o que acima se disse. E podemos encontrar dois tipos de pessoas: 1) os fanáticos da política que fazem promessas com o exclusivo fito de conquistar o poder, satisfazendo impulsos e obsessões incontroláveis; 2) e os crentes nas promessas de Deus que passam uma vida a aguardar pela realização das suas promessas. Portanto, o mundo flúi nesta contradição constante, neste choque de promessas entre a vida civil e política e o mundo da crença e da religião. É este o mundo de oposições a que chegámos, levando as coisas até ao limite, como se nota em Portugal na compita eleitoral a que todos os dias assistimos. Na destruição do que resta do nosso (ainda) capital de confiança. Se não tivesse os meus próprios filtros intelectuais, analíticos e outros sentir-me-ía (via TV) - assassinado diáriamente pelas mensagens expressas e implícitas que o sr. Lopes faz passar na caixa negra. Ele e outros. Depois de sabermos tudo isto interrogo-me onde buscamos tantas energias para voltar a acreditar seja no que for: na “força, paz e alegria” do outro - que se ligam agora às promessas dos anjos da política lusa que estão de novo assaltar o País para se servir, e não Servir verdadeiramente o País que os viu nascer. É a vida…
  • Este é que é o verdadeiro Messias. O problema, como diria Russel, é que temos tão poucas provas da sua existência...
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