Macro de grande, skopein de observar: observar o infinitamente grande e complexo. Tentar perceber por que razão a ave vive fascinada pela serpente que a paralisa e, afinal, faz dela a sua presa.
quinta-feira
Ena Pá 2000... Eu é que sou o "Pre-si-diente"..Falam, falam, falam..
Nota prévia aos prolegómenos nocturnos..
Logo à noite os portugueses, só aqueles que não têm outro entretenimento, claro! - irão assistir a mais um número de prestidigitação política. A cena decorrerá neste Portugal SS (Santana e Sócrates) e será transmitido numa TV perto de si. Desta vez, com um cronómetro de pole position, para imitar o rigor das corridas de Fórmula 1 - como quem dá às massas pão e circo.., que é disso que a malta precisa... Aliás, "o que faz falta, é avisar a malta, é o que faz falta".. (agora todos.) As ofensas e a verborreia adivinham-se, a tibieza das ideias e dos projectos também. Mas desta vez, a coisa tem um contorno psicanalítico, freudiano que M. Foucault desejaria comentar. Um comentário no divâ do psicanalista. Não confundir com o "colo de mãe". Esse é outro instituto que merece mais recatada análise. Como diz o povo o povo, cada um vai ao que gosta, e ninguém tem nada com isso. Desde que tal não interfira com a acção pública e com o interesse comum da polis. Portanto, vai ser um debate vivo e animado, desta vez sem cabeleiras à Catherine Deneuve, porque o Canal 2 não é o Parque Eduardo VII, onde se realiza a Feira do Livro. Aliás, já ontem tivemos dose que baste - à qual só consegui assistir 10 min., com o Sr. Portas a repetir a palavra "ó Judite, ó Judite, ó Judite"... Uma amiga de 12 anos - que estava também por perto, até me perguntou se aquele sujeito, ainda ministro, era da Polícia. Apeteceu-me responder que era da dita marítima, mas a gargalhada impediu-me..
O texto que segue já foi publicado na imprensa. Julgo que aqui já o republicámos e, agora, a pedido de amigos, repetimos a dose. Julgamos que ele encerra um fundo de verdade que estes figurões da política querem ocultar. Mas hoje isso é difícil. Até porque o mercado de trabalho, inundado com milhares de desempregados qualificados, muitos deles mais qualificados e cultos que estes ministros de oportunidade, essa opacidade da realidade deixou de ser possível. Assim, torna-se transparente e até as moscas vêm o que se passa do outro lado do vidro. Por isso, recuperamos aqui o sociólogo do licor Beirão - cujo legado é mais fecundo que as prédicas de Giddens sobre a globalização e a modernidade - para reconstituir esse fundo de verdade que tinge os políticos de vermelho, mas com humor, que o hemiciclo (ainda) não tem, mas que poderia ter, não apenas para fazer melhores leis, mas também para levantar o astral deste Portugal que rima, infelizmente, com o santanal. Espero, desta vez, que Deus não seja brasileiro e seja português. A bem de todos nós..
Ena Pá 2000…
Há dias a SIC entrevistou o 3º astro presidencial: o eterno Manuel João Vieira (MJV), o célebre dr. Lello Minsk dos Ena Pá 2000, consagrado vocalista dos Irmãos Catita. Além da pose excêntrica, pouco disse. Por isso, recupero prestações suas anteriores.
Diz MJV: acho a política um prazer, mas caríssimo. Tive de comprar um fato no conde Barão, um par de sapatos e troquei o Ferrari por um Lamborgini Miura, mas ainda estou a pagar as prestações. Depois, assevera: estava a pensar pôr o meu carro a gás. Questionado sobre a medida mais popular em Belém, diz: os nascimentos devem ser subsidiados e a licença pós-parto prolongar-se por 1 a dois anos. Não é uma medida demagógica, porque se os nascimentos não aumentarem a Segurança Social entra em colapso. E quero subsidiar a lingerie feminina a 100% e os perfumes de marca francesa a 150%. E todos os portugueses devem ter um Ferrari.
E qual a medida mais impopular? Vender o Porto à Inglaterra. Assunto que ainda está na corda bamba, penso que o melhor é fazer um referendo. Em que lugar gostaria de se encontrar com Guterres para discutir problemas nacionais? Que tal perto de um precipício? Por ex., um pic-nic na Boca do Inferno. E quem será a 1ª dama? Apostamos numa eleição via Internet.
O Batatoon e o professor Neca serão os meus estilistas. E quanto espera ganhar? Os portugueses deviam todos ganhar o mesmo. É importante democratizar a democracia e retomar a política de saneamentos, por sorteio ou rifa, para não dizerem que favorecemos algumas pessoas. Pensa ainda celebrizar um dia com o seu próprio nome: o Dia Vieira.
Tudo isto se desenrolou em frente ao Planetário, em Belém, num evento onde estava uma multidão de cerca de 50 pessoas. Todas assinaram (sem ser empurradas) o respectivo apoio presidencial a MJV. E todas ouviram o discurso do candidato, que chegou atrasado, a esbracejar, num Mercedes SLK alugado, donde partiu acenando para os pastéis de Belém.
Será isto uma parte da caricatura de Portugal (similar à narrada por Eça no séc. XIX)? Que relação têm estas ressonâncias hilariantes com a classe política que nos (des)governa? Ou o “uivo” e a lucidez de Saramago? Haverá algum traço de modernidade nos “Acácios” actuais? Ou será que tudo isto não passa duma brutalidade cómica, actualizada com a crise económica e moral do 3º milénio?! Como 3º astro presidencial, interrogo-me o que dirá, hoje, MJV aos seus dois mais dilectos competidores: Guterres e Santana Lopes…
Aqui vemos o actor político a pensar e a dizer:
Mas porque é que sai da Figueira da Foz, da Câmara de Lisboa (que nunca pensei ganhar)
E do Sporting que, apesar de não ganhar, sempre ia à Televisão
Ho meu deus!..
Este não é o meu governo..
Quem é o autor deste blogue..., tenho de o processar!
Esta imagem foi um erro de casting, não era para aparecer neste blogue. Nem sei mesmo como tal sucedeu.
Julgo que se tratou duma conspiração tecnotrónica que escapa aos meus parcos conhecimentos. Pelo facto pedimos as nossas sinceras desculpas às freiras encapoçadas que daqui não consigo indentificar - mas que se encontram resguardadas no canto direito. Diz-me um amigo, da geração do meu tio, que este placar se reporta a um filme da década de 70 do séc. XX, e fala-me em "Canhões Navarrone",... - e eu - Nava-Kê))))
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