Donald Trump poderá vir a ser o Miguel de Vasconcelos à portuguesa. A rocha Tarpéia
Donald Trump poderá vir a ser o Miguel de Vasconcelos à portuguesa
D. Trump, consabidamente, é um tipo rico, soberbo e guiado pela avareza. Tudo nele destila pecado capital. Até na ignorância e impreparação (técnica e cultural) essa bestialidade avulta como trovão na terra. Tanto é capaz de elogiar Putin como acusar os seus serviços de pirataria informática de interferir no funcionamento do partido democrata, como agora veio a reconhecer (finalmente!!), e cujo facto penalizou Hilary Clintou e beneficiou a sua própria campanha eleitoral e, quiça, o resultado final global. I.é, Trump reconheceu a batota eleitoral de que foi o principal e único beneficiário.
Quando tomar posse, se o fizer, não será difícil antecipar os erros, as acusações, os conflitos, as blasfémias, as tensões que o sujeito mais impreparado na sala oval e da história da América irá cometer, a propósito e a despropósito de qualquer tema ou assunto: da China ao Irão, da base das Lajes à Síria passando pelas relações com o México - onde prometeu construir um novo muro de Berlim dos tempos modernos mas agora, curiosamente, só está disposto a lá colocar uma rede anti-mosquitos.
- Tenho para mim que D. Trump é tão ignorante que nem com o mapa diante dos olhos consegue soletrar os países e arrumá-los na sua relação de alianças internacionais, o que não surpreende, já que sendo o americano médio um ignorante crónico na área da geografia - Trump fará, na perfeição, jus a essa condição de ignorante geopolítico de eleição desta nova América que opera em regime de pós-verdade, como ora se diz.
- Daqui decorrem algumas consequências na vida política de Trump: ou há um milagre e consegue cumprir um mandato, mas os milagres em política são mesmo um milagre, por isso raramente ocorrem; ou ele nem sequer chegará a tomar posse pelo colégio eleitoral que o irá empossar; ou, uma vez empossado, os erros serão tantos, tão graves e a toda a hora que Trump se tornará na chacota global, na anedota planetária que cairá de podre ao cabo de uns meses de mandato. Seja a propósito das relações com a China, em que já recuou a propósito de Taiwan (Formosa), ou no quadro do combate ao terrorismo, ou ainda no contexto das ligações transatlânticas e com a Europa e a NATO.
- Portanto, não será difícil enquadrar Trump na rocha Tarpéia que era, na Roma Antiga, o local onde eram realizadas as execuções, com as vítimas a serem literalmente jogadas dessa rocha para a morte.
Alguém ainda se lembrará de Miguel de Vasconcelos, que tomou posição a favor da Dinastia Filipina (como Secretário de Estado) contra Portugal em matéria de esbulho fiscal, e talvez por essa razão foi, depois de morto, defenestrado, i.é, atirado pela janela - a 1 de Dezembro de 1640 - do Paço da Ribeira para o Terreiro do Paço.
Pergunto-me o que irá acontecer a D. Trump nos próximos tempos...
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