Da morte
Dizia alguém que a raiva da morte encontra uma relação directa com a raiva do tempo. O tempo, depois de nos espancar, por vezes lentamente e de forma arrastada, mata-nos secamente e joga-nos para uma valeta com sete ou oito palmos abaixo da terra. É esse o espírito do tempo - que impede o homem de ser inteiramente livre e pleno. Tudo, portanto, perece. E o que fica - permanece em memória. A essa luz, a raiva do homem é também a raiva dirigida contra o tempo, o tal que nos vai espancando aos poucos, mas de forma irreversível. Até que a finitude chegue. Por vezes, de forma previsível, outras de modo radical. Mas nunca podemos escolher um menu alternativo...
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