Parlamento quer ouvir Sampaio, Barroso e Portas sobre guerra no Iraque
Nota prévia: Era certo e sabido que não existiam armas nucleares e bactereológicas no Iraque de Saddam Hussein. A Agência Internacional para a Energia Atómica (AIEA) provara-o. A história é conhecida e os factos também. Regressar a eles é rever condutas lamentáveis de personagens menores da história política contemporânea que, em rigor, se preocuparam em por-se em bicos de pés e de agenciar os interesses políticos para promover as respectivas carreiras, e não defender a ordem jurídica internacional, preservar o território do Iraque, que depois se tornou um barril de pólvora para o terrorismo jiadhista que conhecemos hoje.
A história destes personagens é simples (e triste): Durão, enquanto chefe de Governo português, dizia publicamente que apoiava a candidatura do ex-Comissário António Vitorino, enquanto que, na prática, andou a fazer jogo duplo para ser ele próprio o candidato com o apoio do RU, dos EUA (informalmente) e dos países da NATO pró-guerra no Iraque; martins da Cruz, era apenas um peão, um homem de mão que fazia aquilo que o seu compadre barroso lhe pedia em ordem a criar o sistema intelectual de justificação da guerra no Iraque pelos EUA e, com isso, criar-se um clima internacional favorável à eleição de Barroso para ascender à Comissão Europeia, como sucedeu; Portas compunha o ramalhete antes, durante e depois.
Com tanta tensão bélica, com tantos negócios que envolviam aquisição de equipamento naval, o Paulinho das feiras e da lavoura apenas se esqueceu de meter um advogado a defender os interesses do Estado na elaboração dos contratos de aquisição de submarinos (na fase II desse processo). E, por isso, o Estado português foi fortemente lesado na manutenção desse equipamento. Na Alemanha alguns desses responsáveis foram presos. Em Portugal, são promovidos a gestores de empresas da área da construção civil.
Sampaio foi o único que desconfiava de tudo e de todos, e não queria a guerra, mas barroso mentiu-lhe, e dizia ao PR que não a queria mas, aos EUA e aos ultras da NATO que queriam a guerra assente numa mentira vergonhosa (baseada no perigo do Iraque por ter - alegadamente - armas nucleares) fazia o contrário. Barroso sempre foi dúplice, perigoso e desenvolveu um complexo de personalidade que ele tentava gerir da melhor maneira, e que consistia no dogma segundo o qual o que era bom para a sua ambição e carreira pessoais seria também bom para os EUA, para a Nato e para a Comissão Europeia. Rotundo erro.
Ora, a história sabe hoje quem é barroso, para quem trabalhou e quais as suas mais profundas motivações políticas cujo resultado, aliás, foi escancarar a porta para o terrorismo jiadhista que hoje se implantou na Europa e no mundo. Eis o saldo de barroso por ter estado na vida pública nestas duas ultimas décadas.
E foi também isso que Marcelo livrou Portugal, ao impedir que barroso tivesse condições políticas favoráveis para ser um candidato credível a Belém.
A comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas discutiu hoje um requerimento do PCP, que propunha a audição de Durão Barroso e Paulo Portas sobre as conclusões do relatório Chilcot, relativo ao envolvimento do Reino Unido na guerra do Iraque.
Estas audições foram aprovadas com os votos favoráveis do PS, PCP e Bloco de Esquerda, enquanto PSD e CDS-PP votaram contra.
Os deputados alargaram também as audições ao então chefe da diplomacia portuguesa Martins da Cruz e também ao ex-Presidente Jorge Sampaio.
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