Carlos Cruz. Um homem no limbo
Quem nasceu na década de 60 tem, naturalmente, uma imagem nítida do trabalho e evolução profissional de Carlos Cruz. Um apresentador de tv multifacetado com uma bela vox.
Depois. Bom, depois foi o que se soube através dos media e da "justiça". Para aqueles que acreditam nos factos que lhe são imputados - ele já foi morto em vida (assim como muitas crianças abusadas na Casa Pia, cujo trauma as persegue para toda a vida); para aqueles que sempre acreditaram na sua inocência, é igualmente um desatino para a existência reparar os danos causados a este homem - que poderá estar inocente.
Se hoje muitos portugueses, em que me incluo, não conseguem formar uma opinião sólida acerca da sua culpabilidade ou da sua inocência tal deve-se, creio, ao laxismo, incompetência e até má fé do nosso sistema judicial. O qual, em vez de apurar a verdade dos factos e de julgar em conformidade, deixou arrastar o processo, deixou contaminá-lo - contaminando também a opinião pública e publicada, o que contribuiu profundamente para o actual estado de indefinição acerca da verdade dos factos e, consequentemente, do estado de culpabilidade ou de inocência em que o apresentador CC se encontra hoje: um homem no limbo.
E este estado "limbático" também é crime e deve ser imputado ao sistema judicial português, esse grande criminoso, pois em vez de "fabricar" justiça fabrica incertezas que potenciam a confusão mental dos portugueses sobre este delicado assunto-problema que atingiu mortalmente a sociedade portuguesa.
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