Uma comissão dividida vai analisar impeachment de Dilma
 Nota prévia: Com a economia em crise e largos sectores da população brasileira descontentes com as políticas públicas do governo do PT e da desnorteada Dilma, restou a esta tentar fazer um pequeno "golpe de Estado constitucional" (invertido), ou seja, utilizando as instituições que tutela para integrar no seu governo alguém que está sendo auditado pelo poder judicial.
Nota prévia: Com a economia em crise e largos sectores da população brasileira descontentes com as políticas públicas do governo do PT e da desnorteada Dilma, restou a esta tentar fazer um pequeno "golpe de Estado constitucional" (invertido), ou seja, utilizando as instituições que tutela para integrar no seu governo alguém que está sendo auditado pelo poder judicial. 
- Com essa "jogada", Dilma procura safar o seu amigo Lula e, ao mesmo tempo, meter algum oxigénio nos pulmões dum país que está à beira do abismo. O problema é a desconfiança profunda que se gerou em relação a Dilma, ao seu governo, às suas políticas e, por extensão, à honorabilidade de Lula, sobre quem recaem indícios de ocultação de património, entre outros crimes de natureza económica enquadrados pela Lava Jato. 
- A novidade do modus operandi de Dilma é esse: em vez de demitir ministros que lhe desobedecem publicamente, procura nomear um ex-PR que hoje está sob os holofotes judiciais e mediáticos e pelas piores razões. Só que o poder político não é ilimitado, ele é refreado  e controlado pelos demais poderes: o legislativo e o judicial, e também pelos media e as manifs que são cada vez mais expressivas e pedem a cabeça da Chefe de Estado nas maiores cidades do Brasil. 
- Desse modo, é interessante seguir com atenção como se comporta o poder legislativo/Congresso face ao Executivo de Dilma, que já é uma manta de retalhos; como irá actuar o Pode Judicial, que não quer perder a autoridade e goza do império da lei; e de como irão reagir as populações nas cidades maiores do Brasil, podendo tornar o país ingovernável a curto prazo. 
- Ora, é este molotov político e social que converte o Brasil num barril de pólvora, ainda assim o Brasil do tempo dos coronéis já lá vai, pelo que é possível, nesta fase, os demais órgãos de soberania, secundado pelos milhões de brasileiros que se manifestam nas ruas pedindo a cabeça de Dilma - convergirem na ideia de que será urgente, em nome do interesse nacional, revogar o mandato de Dilma, i.é, acelerar o processo do impeachment, uma figura prevista em algumas constituições e de que Dilma, no passado recente, já foi alvo. 
- Veremos se agora ele se concretiza plenamente e se dá ao Brasil, esse imenso país-continente, a oportunidade de voltar a crescer, com prosperidade para todos, e com menos índice de corrupção na média e alta Administração do Estado - que tem minado os fundamentos do Estado de direito, da democracia e impedido o desenvolvimento e a justiça social.
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YASUYOSHI CHIBA/GETTY IMAGES
O Governo tem o maior número de cadeiras na comissão, mas até os partidos que o sustentam estão divididos. Movimento a favor do afastamento de Dilma deve crescer, vaticinam os analistas. Até maio tudo pode acontecer (in Expresso)
O desfecho não é, contudo, muito fácil de antecipar. Ao todo, 24 partidos indicaram deputados para integrar a comissão, num total proporcional ao tamanho das suas bancadas na Câmara. É certo que, por isso mesmo, o governo tem a maior representação no grupo, com o PT e o seu aliado PMDB a somarem mais lugares - 8 elementos cada -, mas as contas não são assim tão lineares.
Como escreve a Folha de S. Paulo”, “na prática há uma divisão equilibrada entre apoiantes e adversários de Dilma”. Mesmo no PMDB, três das cadeiras acabaram ocupadas por deputados pró-impeachment, com os líderes partidários a seguirem uma estratégia semelhante: havendo divergências nas bancadas, escolheram nomes que representam tanto o grupo contra, como a fação pró-Dilma.
Em pleno clima de tensão política, com Lula à espera de saber se é ou não ministro e com as ruas brasileiras cheias de manifestantes cada vez menos pacientes, a comissão foi eleita por uma unanimidade que o país não traduz neste momento: 433 votos a favor e apenas um contra. O que não significa que a sessão tenha estado isenta de alguma animação, com trocas de ‘piropos’ mais azedos e até recurso a coloridos cartazes, fitas e palavras de ordem.
Fora dos recintos oficiais, à espera do desenrolar do processo, os analistas inclinam-se para o crescimento do movimento pró-impeachment nos próximos dias. É questão de aguardar.
Ainda esta quinta-feira é esperada a eleição do presidente e do relator desta comissão.
Concluída mais esta etapa, os trabalhos deverão decorrer em até 15 sessões, dez para Dilma apresentar a sua defesa e cinco para a comissão emitir o seu parecer, pela continuidade ou não do processo de destituição da Presidente
Mas, qualquer que seja o resultado na comissão, a palavra final cabe aos deputados que se pronunciarão em plenário da Câmara. O Senado pode abrir o processo de impeachment caso 342 (dois terços) dos 512 deputados votem nesse sentido, mas pode também invalidar a decisão da Câmara. Se se decidir pela abertura do processo, Dilma é automaticamente afastada, por até 180 dias, enquanto durar a análise das acusações.
A perda do cargo em definitivo requer a condenação de Dilma por dois terços dos senadores (54 votos).
Um longo processo se avizinha, com a votação final na Câmara prevista para acontecer entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio. Até lá, o Brasil andará nas bocas do mundo, inseguro e (muito) dividido.
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