Rajoy poderá ser o novo Passos Coelho na Europa. Ganha mas terá de ir para a oposição
Nota prévia: O PSOE espanhol e o Podemos estão a tentar fazer no Reino de Espanha o que António Costa fez em Portugal, ao rasgar os muros ideológicos com o PCP e o BE e com eles coligar-se a fim de gerar uma maioria sociopolitica de base parlamentar a fim de formar e dar consistência ao Governo.
- Por isso, Rajoy vê-se hoje no papel de Passos Coelho, qual "vencedor-derrotado", pois apesar de ter ganho as eleições não consegue criar em torno de si a maioria parlamentar para formar governo e governar sem a oposição das esquerdas.
- A Espanha parece querer repetir a realidade política portuguesa e poderá sê-lo. Neste cenário, que se afigura verossímil, Pedro Sánchez seria o Presidente do Governo espanhol e Pablo Iglesias, líder do Podemos, o seu vice-presidente.
- Se Pedro Sánchez, do PSOE, tiver dúvidas que pergunte a A. Costa, que ele explica como se faz...
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A votação marcaria o início do processo de formação do novo governo espanhol.
Mariano Rajoy referiu que atualmente "ainda não tem os apoios necessários" e recordou que esta manhã o partido de esquerda Podemos propôs um governo de coligação com o Partido Socialista (PSOE) e com o Izquierda Unida.
"Não só não tenho uma maioria, como sei que existe uma maioria absoluta contra, com pelo menos 180 deputados", disse Rajoy, numa referência aos partidos que terão manifestado vontade de votar contra a sua investidura.
O primeiro-ministro espanhol disse afirmou que mantinha a sua candidatura a presidente do governo, mas ainda não tinha conseguido apoios para concretizar esse objetivo.
"A todos os espanhóis, digo que não tenho os votos e portanto não faz nenhum sentido que me apresente (no parlamento) apenas para que comece a correr o prazo de dois meses que dá a Constituição" para que os deputados escolham um presidente do Governo. Se em dois meses não houver novo governo, Espanha avança para novas eleições.
O Podemos, liderado por Pablo Iglesias, propôs hoje integrar um governo "de mudança" em Espanha juntamente com os socialistas do PSOE e com os comunistas do Izquierda Unida, tendo transmitido essa intenção ao Rei Felipe VI.
O líder do Podemos acrescentou que, nesse eventual "governo de mudança", seria vice-presidente e que o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, seria presidente.
"Decidimos tomar a iniciativa e dar um passo em frente. Este não é o momento para meias-tintas. Ou se está pela mudança ou pelo imobilismo e o bloqueio". (...) "Se o PSOE quiser, pode haver um governo de mudança", declarou Iglesias.
Na resposta, o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, recusou dizer se aceitaria esta proposta - que incluiu mesmo nomes para ministros - e disse que apenas falaria quando Rajoy perdesse a votação de investidura.
O PP de Mariano Rajoy ganhou as eleições espanholas a 20 de dezembro, com 123 deputados mas sem maioria absoluta. O PSOE conseguiu 90 deputados e o Podemos e as suas formações regionais 69 assentos, o que obriga qualquer um dos partidos a acordos pós-eleitorais.
Ao longo da semana Felipe VI recebeu 14 líderes de formações políticas que elegeram deputados ao parlamento nacional espanhol nas eleições de 20 de dezembro. O último foi o líder da formação mais votada, Mariano Rajoy.
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