terça-feira

Adeus, Anibal

Nota prévia: Até Marcelo, numa interessante entrevista dada ontem a uma estação de tv, considerou Cavaco "passado", pelo que não queria falar dele, do Aníbal... 
- Ninguém já o quer referenciar, citar ou sequer aparecer a seu lado numa fotografia. Cavaco converteu-se num activo tóxico da política portuguesa, do qual todos se querem afastar. Teve o país a seus pés, hoje está na cauda do país do qual todos se querem livrar o mais rapidamente possível, como se tivesse lepra.
- Dele a história dirá duas ou três notas: estourou os fundos comunitários em betão, mas não o preparou intelectualmente; serviu-se do poder sectariamente, beneficiando os da sua cor política e prejudicando os adversários; criou um Portugal a duas velocidades, agravando as assimetrias regionais de Portugal: entre litoral e interior, norte e sul...
- Teve um envolvimento no caso BPN, que agravou o défice público e é um caso de mega-fraude financeira ainda não totalmente esclarecido em Portugal, mas suportado à custa do zé povinho. 
- Este estilo, simultaneamente provinciano e rancoroso do exercício do poder, prejudicou Portugal em décadas de (sub)desenvolvimento adiado.
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Pai do Monstro, nossa Thatcher sem tomates, nota de rodapé da História, sonso mil vezes sonso... vai ser uma alegria contida e sossegada cá em casa ver-te (mais) chupado dos ossos e (ainda mais) esclerosado na bancada dos próceres do regime nas festarolas da Assembleia, silencioso e finalmente total e absolutamente irrelevante; sempre é menos triste que ver-te a escorrer despeito pelos salões mal decorados de Belém, a hesitar na leitura dos papelinhos que sabe deus quem te enfiou nos bolsos... não te preocupes Aníbal, está quase quase a acabar.

Adeus, Aníbal

Não te preocupes Aníbal, estes meses finais vamos fazer de conta que já foste, que já não há ninguém em Belém, vamos fingir que já não existes. Não te preocupes Aníbal, nós ajudamos-te a terminar o mandato com dignidade... ignorando-te (Público)
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