Nota prévia: É lúcida esta reflexão simples de Paulo Baldaia, colocando os portugueses na posição de saber quem não querem em S. Bento, além de fazer uma distinção interessante na forma como as sondagens são registadas em contexto de campanha do registo que assumiram no dia 4 de Outubro. E conclui da forma mais realista possível, ou seja, a coligação Paf será corrida de S. Bento e dos ministérios - sem apelo nem agravo.
E quando isso se confirmar não é apenas a dupla de farsantes Pedro & Paulo que é desnudada, são também as empresas de sondagens que perdem imensa credibilidade.
Aguardemos, pois, por essa mega-sondagem que se realizará dia 4 de Outubro de 2015.
Um tira-teimas fatal, mesmo que o país depois precise de obrigar a esquerda a coligar-se para formar Governo ou encontrar uma fórmula para assegurar uma maioria parlamentar para tornar o país governável.
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O voto influenciado pelas sondagens
As sondagens erram muitas vezes no dia das eleições porque estavam certas nos dias de campanha. Na verdade, o que as sondagens nunca poderão saber é o que os próprios eleitores ainda não sabem. Por isso, o que os estudos de opinião vão ter procurar conhecer com mais exactidão, em futuras eleições, é o tipo de dúvida dos indecisos.
Entre os que ainda nem sequer decidiram se vão votar e os que tendo como certo que o vão fazer, mas não sabem em quem, há uma grande diferença. E entre os que vão votar, mas não sabem como, pesa mais o factor negativo. Ou seja, há muita gente que já sabe com toda a certeza quem não quer no governo, embora esteja longe de decidir a quem vai confiar o seu voto. Este factor negativo é ainda mais evidente entre os que estão na disposição de deixar de votar, porque "eles são todos iguais". Os indecisos é que não são todos iguais.
Dito isto, retomo a questão do voto útil. É evidente que uma eventual vitória do PS se joga cada vez mais no voto contra a vitória da coligação, entre indecisos que vão votar à esquerda mas não sabem ainda em quem. É preciso perceber igualmente que a coligação também procura o voto útil entre os indecisos, que sabem que não querem o PS no governo, mas que não sabem ainda se vão votar. Toda a campanha da PAF assenta na mobilização deste eleitorado que teme o regresso da instabilidade.
Parece lógico que, com sondagens que empatam as candidaturas, a probabilidade de uma vitória do PS é superior à probabilidade de uma vitória da PAF. Em primeiro lugar porque é mais fácil cativar o voto de quem já decidiu votar, do que o voto de quem ainda não decidiu se o vai fazer. Em segundo lugar porque os estudos de opinião também mostram que a maioria dos portugueses avalia negativamente o actual governo, o que significa que entre os indecisos também deverá existir esta maioria.
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