Tráfico de pessoas na Europa - numa Europa doente e impotente -
Nota prévia: Às situações clássicas de guerra civil, perseguições políticas, religiosas, rácicas e de natureza cultural ou xenófoba soma-se, doravante, um negócio criminoso dinamizado pelas máfias europeias que traficam pessoas no espaço intra-Europeu, mesmo nas "barbas" dos decisores desta malograda União Europeia.
- Todavia, nada disto é novidade, pois uma análise mais fina ao fenómeno dos milhões de imigrantes e refugiados que anualmente agrava este fenómeno explica que todos acabam nas garras de organizações mafiosas, que têm tentáculos nos vários países de destino, e que, com base no ardil da retenção da documentação torna mais prático a exploração daquelas pessoas desprotegidas, obrigando-os a trabalhar em condições infra-humanas e sem ter quaisquer direitos. Ou melhor, parte do dinheiro que recebem serve, alegam (!!) os agentes criminosos que traficam seres humanos, para liquidar a documentação obtida (que nunca chegou às mãos dos interessados!!) e os custos de transporte que os colocou numa situação de verdadeira escravatura no séc. XXI.
- O pretexto criado já está rotinado e serve literalmente para os explorar e extrair a já escassa dignidade que os seres humanos traficados ainda têm. Dizem-lhes que têm de pagar o custo de transporte, a documentação, o alojamento e os subornos às entidades locais para validar a sua presença nos locais onde são escravizados. É neste momento que as vítimas percebem a cilada em que caíram, e estando completamente desprotegidos (especialmente, ao nível de documentação, que os ilegaliza) tornam-se presas fáceis das máfias que os exploram e negoceiam no mercado de trabalho ilegal internacional. Uma exploração e um negócio criminoso que agora assumiu uma escala global.
- Ou seja, não são apenas as pessoas oriundas do Norte de África as que demandam a Europa em busca de melhores condições de vida, mas pessoas de todos os pontos da Europa (centro e leste), sendo que Portugal emerge neste xadrez político problemático como um ponto onde as máfias traficam pessoas originárias das ex-repúblicas da então URSS, como a Ucrânia, a Bielorússia, a Moldávia, os países bálticos (em especial, a Lituânia) e outros. O Brasil, o Reino Unido são países de destino onde algumas organizações não governamentais têm denunciado a existência de milhares de emigrantes que são escravizados pelas mafias locais.
- Perante este problema sério que afecta a soberania dos países, mas também a sua economia, coesão social e segurança, o que faz a União Europeia de Merkel e Holland?!
- Faz declarações sem qualquer efeito prático, que não responsabiliza os agentes criminosos envolvidos neste tráfico de seres humanos inominável, nem, por outro lado, gera políticas públicas ou mecanismos de controle e verificação nas fronteiras que auxilie as vítimas a integrarem-se nas sociedades de origem e nas sociedades de destino.
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Fotografia © EPA/ROLAND SCHLAGER
Foram detidos outros sete suspeitos de estarem ligados à rede de tráfico de pessoas. As vítimas terão morrido asfixiadas dentro do camião.
A política húngara deteve o condutor do camião que foi encontrado abandonado no leste da Áustria com os cadáveres de 71 pessoas. De acordo com uma declaração da polícia húngara, o homem é romeno.
O jornal Krone noticia ainda a detenção de sete pessoas ligadas à rede de tráfico de pessoas que terá sido responsável pelas mortes das pessoas dentro do camião, que terão morrido de asfixia. De acordo com o jornal, as autoridades suspeitam que os alegados líderes deste grupo de traficantes estão na Roménia.
O número de mortos dentro do camião subiu hoje para 71, superando a estimativa inicial que apontava para entre 20 e 50 cadáveres.
Os corpos foram encontrados num camião abandonado na autoestrada A4, entre o lago Neusiedl e a localidade de Pandorf, no estado federado de Burgenland, na fronteira com a Hungria.
Não foram avançadas informações sobre as nacionalidades, idades ou origem das vítimas, mas a polícia austríaca no leste do estado de Burgenland convocou uma conferência de imprensa para as 11:00 locais (menos uma hora em Lisboa).
A polícia lançou uma operação para encontrar o motorista do veículo pesado, estacionado durante várias horas na berma da autoestrada.
O camião frigorífico, de 7,5 toneladas, tem matrícula húngara e símbolos de uma empresa avícola eslovaca.
As vítimas terão morrido asfixiadas, quando viajavam de forma ilegal, perto das fronteiras com a Eslováquia e a Hungria.
Dezenas de milhares de refugiados das guerras no Médio Oriente, sobretudo sírios e iraquianos, além de afegãos, cruzaram os Balcãs nas últimas semanas tentando chegar à Europa Ocidental.
A Hungria, que tem fronteira com a Sérvia, é o primeiro país da zona Schengen, de livre circulação comunitária, a partir do qual os refugiados tentam chegar a outros países, sobretudo Alemanha e Suécia.
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