Um presidente pendurado ao telefone pelo ego gigante de um treinador que revelou que era

Vieira sobre Jesus: "Aqui não há insubstituíveis"

04.06.2015

 

PAULO PAIXÃO

Luís Filipe Vieira lança farpas a Jorge Jesus sem nunca mencionar o seu nome. E na primeira vez que fala publicamente após a saída do técnico garante que ainda não tem um sucessor, mas apenas um perfil: "Vou procurar, com tempo e sem pressa, um treinador de caráter"

Estou desiludido, mas não surpreendido", disse Luís Filipe Vieira na primeira declaração pública após a saída de Jorge Jesus do  Benfica. À margem de um jantar com deputados, na noite desta quinta-feira, o presidente do Benfica nunca mencionou o nome do ex-treinador dos encarnados, mas deixou-lhe uma série de indiretas.

"A gratidão define muito o carácter das pessoas. Vou procurar, com tempo e sem pressa, um treinador de carácter, ambicioso e comprometido" com o clube e toda a sua estrutura, afirmou Vieira. [...]

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O mundo sujo do Futebol equiparado ao mundo venal da Política

Esta alegação revela bem que, afinal, o nível em que as relações desportivas caíram entre nós, designadamente as relações entre o presidente do Sporting e o seu treinador, estão em linha com a má qualidade da liderança política do Executivo do país, que trata os portugueses - via Fisco e não só - como números a quem vai extorquir o imposto, confiscando o património a quem se atrasar a pagar uma dívida menor. Lamentavelmente, esta asserção também se aplica (em parte) à gestão do Benfica, e a sua fétida relação entre Vieira e JJ. É tudo gente sem berço que, nos momentos-limite, revela o seu verdadeiro carácter. Neste caso, o treinador revelou uma falta de cultura desportiva e de atropelo pela identidade da massa associativa do Benfica sem limites.

- O futebol, ou melhor, a sua grosseira gestão, de que o sr. bruno é uma mancha em Portugal, espelha bem o nível de degradação ética, moral, desportiva em que o mundo sórdido do futebol em Portugal caiu. 

- O que deveria ser uma referência de gestão desportiva em Portugal é, afinal, uma escola de vícios, maldades e de pura e dura sacanagem entre velhos amigos que, de súbito, se convertem nos piores parceiros de sempre. 

- Portugal está de luto. E não se diga que tal resulta apenas dos maus políticos que temos, e da corrupção aí segregada, tal decorre também destas relações pérfidas, manipuladas pelo dinheiro sujo, e à vista de todos nesta montra do país. Violando identidades desportivas e emoções genuinamente clubisticas que deveriam ser respeitadas e preservadas.

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