As consequências externas de Portugal ter um PM caloteiro em S. Bento. O novel conto de fadas...
O novel argumento do alegado PM, Passos Coelho para procurar fundamentar a sua estrondosa irresponsabilidade por evasão contributiva à SS e também evasão fiscal (no caso conhecido como Tecnoforma), é de gritos. De S. Bento ouve-se no Pátio dos Bichos, em Belém...
Um daqueles assessores mais atrevidotes, que confunde seriedade com esperteza saloia, ter-se-á lembrado de instruir o PM neste sentido: "Ó Pedro diz lá à opinião pública que estavas convencido de que tais contribuições à SS - há 15 anos - eram opcionais".
E o Pedro, que já não sabe o que fazer à vida nem ao país, embarcou nesse "conto de fadas". Ninguém acreditará nessa versão, nem os progenitores, nem os assessores, como Pedro Mota Soares - que se tornou numa espécie de porta-voz não oficial de Passos Coelho - com o agreement de Portas - concentrando todo o seu laborioso talento em branquear a lamentável conduta de um PM - que só o é por um trágico erro de casting.
Mas as consequências desta trapalhada, na linha dos comportamentos desviantes do dr. Miguel Relvas e das graves omissões de Zeinal Bava (no caso BES - Rio Forte), à corrupção dos submarinos criminosamente arquivada (que envolve Paulo Portas), às fugas de informação por parte do MP (de Joana M. Vidal), etc, etc, etc - são mais numerosos e problemáticos do que possamos pensar à priori.
No plano interno, já ninguém acredita no estarola de Massamá, desde logo porque rasgou integralmente o seu Programa eleitoral assim que se alçou ao poder: aumentou impostos, despediu, esbulhou salários e pensões, privatizou abusivamente empresas de referência estatal, permitiu a corrupção em larga escala tornando a economia nacional menos competitiva e a sociedade mais pobre e desigual, aumentou exponencialmente a taxa de desemprego, expulsou pessoas do país. A dívida pública anda na casa dos 130% do PIB, cerca de mais 20% do que era em 2008, logo o Estado não conseguiu fazer uma única reforma (a da Justiça - em contentores é lapidar..., está desertificando o interior!!), revelando-se incapaz de converter o Estado num player amigo do cidadão-contribuinte e apelativo ao investimento directo estrangeiro.
No plano externo, Passos Coelho não é levado a sério por ninguém, e quando as referências a ele irrompem na cena internacional são, regra geral, altamente depreciativas, com isso denegrindo também a imagem externa de Portugal. Rui Machete, quando aparece ou fala, é outra mancha de crude na projecção da imagem externa de Portugal. Ou seja, Passos Coelho é o homem curvado que aparece ao lado de Merkel, bajulando-a, e mandatando a sua ministra das Finanças portar-se como uma espécie de "caniche" de Schauble (o ministro das Finanças germânico adepto da austeridade que empobrece todos os países da Europa com excepção da Alemanha), como se Portugal fosse um Estado vassalo que ainda não conheceu outra condição ou estatuto de maioridade na arena internacional que escape à situação de protectorado.
Desta forma, Passos Coelho, que até já é visto como alguém que pretende na Europa mandar abaixo o Governo grego, por razões ideológicas e programáticas que se interligam à política interna consonante com os seus objectivos eleitorais (reclamar uma "maioria absoluta"), acaba por ser um elemento tão pernicioso quanto enfraquecedor da estratégia de desenvolvimento e afirmação dos interesses de Portugal na Europa e no mundo.
Como é que amanhã os gregos, que sabem que Passos Coelho não pagou as suas contribuições à SS durante 5 anos a fio, falam com ele ou desenvolvem contactos bi ou multilaterais sem lhe chamar um verdadeiro caloteiro!? Que é, curiosamente, aquilo que Passos Coelho entende ser a Grécia do Syrisa!!!
Como é que reagirá amanhã, numa qualquer reunião intergovernamental da UE Aléxis Tsípras referindo-se a alguém que fez da evasão contributiva um modo de vida durante anos a fio, e alegou não pagar tais contribuições por desconhecimento da lei (?!) Que legitimidade terá o estarola de Massamá criticar a Grécia por esta pretender escapar à austeridade imposta por Merkel?
O que lhe chamará Varoufakis quando passar a dois metros dele nos corredores do poder em Bruxelas ou noutra capital eurropeia, e deparar-se com Passos Coelho curvado sobre os seios fartos de Merkel - pedindo-lhe mais um qualquer favor(sinho)?! Lembrá-lo-á do emergente significado do tal "conto de fadas" versão EVASÃO CONTRIBUTIVA?!
Caloteiro é a palavra que melhor se lhe adequa. Demissão deveria ser a consequência imediata. Mas para que tal acontecesse, seria necessário que o locatário de Belém não tivesse uma folha negra no caso BPN e andasse com este cadáver adiado ao colo - que é o XIX Governo (in)Constitucional - com o fito do Governo ajudar Cavaco a terminar o seu lamentável mandato com alguma dignidade.
Eis a relação simbiótica desviante e de cariz patológico que hoje temos em Portugal, e da qual não rezará a história.
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