segunda-feira

Portugal à venda na vertente da política externa de Segurança & Defesa



O presidente do executivo açoriano, que na segunda-feira se reúne com o Presidente da República, admite a possibilidade de a infraestrutura das Lajes ser usada por outro país que não os EUA, como a China, com quem Portugal tem «uma relação diplomática» que é «muito anterior» àquela que tem com Washington.
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Lajes: Presidente do Governo dos Açores defende revisão de todo o acordo com os EUA e admite que possa ser usada pela China
«Se é certo que, do ponto de vista militar, há muito que nos distingue, do ponto de vista do interesse comercial se calhar, não há assim tanto», afirmou, admitindo a possibilidade de serem avaliadas «as pretensões que podem existir quanto à rentabilização das instalações que existem nos Açores, no meio do Atlântico, para um conjunto de interessados que podem ter uma comunhão de interesses» com os nacionais.
O presidente do Governo Regional dos Açores, foi entrevistado pela RTP e afirmou que quando o Primeiro-Ministro fala de «rever o acordo técnico, estamos a falar, a circunscrever o impacto desta decisão apenas à Base das Lajes e o que eu acho é que a forma como este processo foi conduzido pelos Estados Unidos da América merece uma resposta mais firme, mais determinada, da parte do Estado português», disse Vasco Cordeiro, numa entrevista à RTP, acrescentando que, «naturalmente, tem de ser desencadeada a revisão do acordo [todo]».
O presidente do executivo açoriano sublinhou que os EUA confirmaram no início deste mês que vão retirar das Lajes, na ilha Terceira, 500 civis e militares norte-americanos e despedir 500 trabalhadores portugueses, exatamente a mesma decisão que haviam já transmitido a Portugal há dois anos.
«Durante os últimos dois anos, os mais variados níveis de representação política e institucional do nosso país demonstraram aos EUA que esta era uma decisão que necessitava ser modelada, era uma decisão que, como fora anunciada, não deveria ir avante», sublinhou, repetindo a expressão «monumental bofetada na casa do Estado português», que utilizou no dia em que se soube da decisão norte-americana.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu, na sexta-feira, que os EUA «não podem deixar de atender» ao impacto económico da redução da sua presença na Base das Lajes e admitiu suscitar a revisão do acordo técnico bilateral.
Vasco Cordeiro referiu que o Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA prevê «os mecanismos» para ser acionada a sua revisão e integra várias áreas, que vão desde a utilização das instalações da Base das Lajes, a cooperação militar ou investigação e desenvolvimento na área da Defesa.

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Obs: A fragilidade de negociação do XIX Governo (in)Constitucional na relação com os EUA para a defesa dos interesses específicos da Base das Lages - tem sido tão sofrível quanto a manutenção das políticas públicas nas outras áreas da governação. 
Misturar interesses comerciais com interesses estratégicos na área da Segurança & Defesa - colando a essas cambiantes os EUA e a RPC - como se se tratasse de superpoderes que se podem permutar nessa relação estratégica com Portugal - é verdadeiramente perturbador.

Perturbador e revolucionário para a estruturação e definição da política externa de Portugal no futuro imediato e no estabelecimento de alianças preferenciais determinantes no quadro das relações internacionais!!!

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