segunda-feira

Cinema Londres: o fim da aventura

Nota prévia: Sem qualquer laivo de xenofobia já todos os portugueses conhecem o tipo de negócio e de produtos que os chineses vendem nesse género de casas comerciais: vendem produtos beras, quinquilharias de baixa qualidade, produtos que se estragam e danificam facilmente. 

Sendo baratos não prestam, e por não prestarem não deveriam ser comercializados e muito menos vendidos. 

Sucede que a zona da Praça de Londres, Av. de Roma e Areeiro (que distribui "jogo" para todos os pontos da cidade) é uma zona central, com muita história e com tradições na cidade, capital do país. Pelo teor do artigo, percebe-se o desencontro de interesses e de pontos de vista entre os vários actores envolvidos no processo. Mas o mais grave, no meu entendimento, é a total ausência de orientações estratégicas, no domínio da valia cultural e da utilização a dar aos espaços - a que a zona deveria continuar a subscrever - entre a autarquia e a secretaria de Estado da Cultura - que olham para a zona com desinteresse e já colocadas perante um facto consumado, de que aquele espaço histórico será mais um sítio onde se vende quinquilharias chinesas. 

Contudo, ainda reservo a esperança que com a mudança de poder, quer no plano autárquico quer no domínio estatal - novas orientações culturais se sobreponham à actual receita made in China, de molde a resgatar aquela histórica infra-estrutura cultural com vista a devolvê-la à cidade com um valor acrescentado.





Foi discoteca, salão de bowling e refúgio de cinéfilos. O cinema Londres fechou definitivamente uma página da sua história e vai tornar-se, em breve, uma loja de produtos chineses. E não só, link

O antigo cinema Londres vai mesmo ser uma loja chinesa. Depois de nove meses paradas, as obras no recinto recomeçaram nos últimos dias e os proprietários do edifício esperam poder ter o novo espaço comercial aberto algures nos próximos três meses. Neste momento só falta a Câmara Municipal de Lisboa autorizar a mudança de uso do antigo cinema para que o processo fique completo.
Segundo António Serralha Ferreira, co-proprietário do edifício onde se situa o Londres e representante dos restantes proprietários, as obras “não carecem de licença camarária”, por serem no interior do espaço, mas, ainda assim, será entregue um projeto dos trabalhos à autarquia. “Quer os chineses quer eu temos a nítida perspetiva de que, se isto não estiver rigorosamente tudo bem, aqueles senhores ressabiados irão pegar”, comenta.
Os “senhores ressabiados” a que Serralha Ferreira se refere são os representantes do Movimento de Comerciantes da Avenida Guerra Junqueiro, Praça de Londres e Avenida de Roma, que durante os últimos meses lutaram para que o antigo cinema, encerrado ao público em fevereiro de 2013, se mantivesse um espaço cultural. “Fico triste”. É assim que Carlos Moura-Carvalho, daquele movimento, reage à anunciada transformação do espaço em loja chinesa.
“Ficamos todos um bocadinho mais pobres. Uma loja não traz valor acrescentado. Aquilo que nós propúnhamos podia ajudar [o espaço] a ser um aglutinador do bairro”, refere. [...]

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