Canibalismo sexual e esbulho fiscal.Um paralelo dangereuse num jogo mortal
Fêmea de louva-a-deus se alimenta do macho. Há indícios de que, nessa espécie, a continuação da cópula mesmo após a decapitação do macho contribui para o sucesso da reprodução (foto: Oliver Koemmerling - CC BY-SA 3.0).
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É sabido que algumas fêmeas, designadamente as louva-a-deus fêmeas arrancam a cabeça ao respectivo macho em pleno acto de acasalamento. É um acto bizarro também comum a outras espécies, como as aranhas. Uma bizarria a que a ciência tem procurado dar explicação, e que pode ter a ver com a desproporção de tamanhos entre fêmeas (muito maiores) e machos, ou até de performance sexual e, consequentemente, de preservação da espécie.
Poderá haver mais uma bateria de razões para explicar esta bizarria de canibalismo sexual, todas elas muito científicas, certamente.
Mutatis mutandis, daqui pode emergir um paralelo perigoso com aquilo que o Estado faz ao contribuinte-proprietário, espoliando-o várias vezes ao ano, mas não o chega a matar, como faz a louva-a-deus fêmea relativamente ao macho que a copula, quiça porque desse modo sempre poderá assegurar mais umas cópulas fiscais nos anos vindouros.
Se calhar, é por causa desta relação desigual, tensa e altamente confiscatória que o Estado mantém com o contribuinte que este o odeia tanto, e é já um ódio histórico, que remonta ao período prévio ao Marquês de Pombal.
Assim, estou em condições de declarar que a "louva-a-deus-Estado" me informou das minhas obrigações fiscais, o que significa que terei de fazer o papel do macaco violentado, mas a quem não arrancam a cabeça, como faz a louva-a-deus, por forma a continuar a alimentar este canibalismo fiscal no futuro.
Parece que o problema não decorre apenas entre o Estado e os contribuintes, as focas também gostam de esmagar os pinguins nesse beijo da morte.
Pergunto-me se estas categorias de agressão não poderão inscrever-se tipologia de violência doméstica!?
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