E La Nave Va (1983) de Frederico Fellini
E La Nave Va (1983) representa um desfile de personagens excêntricas no contexto da IGM. O filme é ainda um cortejo fúnebre em que as matronas fillinianas, os pervertidos sexuais, os tenores e outros passageiros desfilam, e em que uma equipa de jornalistas regista a viagem onde até um rinoceronte integra a lista dos passageiros desse navio que mais se aproxima da alegoria medieval repescada por M. Foucault - quando estudou a história da loucura.
Contudo, o que se procura sublinhar é que para o mestre Frederico Fellini o cinema era um revelador da própria vida, e inúmeras vezes confundindo-se com a própria realidade.
Foi exactamente o que pensei ao ouvir ontem dois personagens desta nossa "República das bananas", os locatários de S. Bento e do Terreiro do Paço, ao declararem o que declararam acerca dessa mega-fraude que é o caso ex-BES - e dos prejuízos que acarretam para os contribuintes, tal como aconteceu com o crime do BPN, outro resquício do "cavaquistão".
Pergunto-me até quando estes graves crimes de colarinho branco vão continuar, com a cumplicidade de S. Bento e de Belém, logo com a anuência da cúpula do aparelho de Estado...
Fellini, pelo menos, ajuda a aliviar esta loucura. Uma loucura muito pouco criativa e, acima de tudo, que custa caro a todos e a cada um dos contribuintes portugueses.
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