terça-feira

Seguro e Costa: os irmãos inimigos



Sabendo que era o challenger, Seguro tinha de atacar o seu contendor, como sublinhámos aqui, e começou logo com as questões fulcrais em política: a traição e a deslealdade - que são as que mais vendem politicamente.

Seguro procurou várias vezes colar A. Costa a estes actos e/ou comportamentos censuráveis, quer no plano pessoal quer no plano político; Costa, ao invés, procurou inscrever a sua actuação no plano mais formal da política nacional e justificou a sua novel luta pela liderança interna em consequência dos magros resultados obtidos nas eleições europeias do PS dirigido por Seguro.  

A. Costa poderia ter defendido mais e melhor o legado de Sócrates, mas não o fez (ou não o soube fazer); e Seguro - demarcou-se dele para cimentar as energias no PS, partido que dirige, ainda que sem o apoio e a cumplicidade do seu grupo parlamentar - cujos deputados mais interventivos, como J. Galamba, por exemplo, dificultam o trabalho de liderança de Seguro.

Por outro lado, Seguro conseguiu ainda marcar um ponto importante ao colar A. Costa ao grave precedente que desencadeou na história do PS, disputando subitamente a liderança do partido quando este tem um líder instituído e após ter ganho dois actos eleitorais: as autárquicas e as europeias.

Seguro, afinal, não será a pêra doce que alguns julgavam. E A. Costa também não é a máquina falante eficaz que Guterres representa. 

Tudo em aberto, portanto. Mas com Seguro, neste 1.º round, a pontuar e a reposicionar-se na pole position

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