sexta-feira

A política do reflexo condicionado pavloviano do ministério das Finanças


Os agentes do costume ocupam o seu tempo a enviar mails aos contribuintes. Desta vez não é para lhes cobrar o IMI, o IUC e outros impostos neste nosso Estado tributeiro, o propósito é fazerem do cidadão um contribuinte-canino exemplar que responde bem perante estímulos. Ou seja, fazer dos contribuintes receptadores de prémios mediante a apresentação no site das finanças das faturas de aquisição de bens e serviços. 

A ideia, dizem, é combater a evasão fiscal e a economia paralela. 

É triste chegarmos a este ponto de degradação moral e política que, doravante, procura escravizar um povo pela via da política do  prémio,da diplomacia da cenoura, como se fossemos todos burros.

Este tratamento canino imbeciliza e escraviza um povo que, sedento de consumo de bens, julga encontrar aí a sua felicidade. Ajuda-nos a só sermos responsáveis se tivermos contrapartidas. 

Difunde entre nós uma cultura oportunista e interesseira, que nos faz actuar apenas sob o efeito do calculismo e, sob a capa do combate à fraude fiscal, - esta política saloia do dr. Paulo Núncio - deixa certamente de fora o essencial. 

E o essencial radica na grande corrupção de Estado, como as PPPs, os esquemas do BPN, a aquisição obscura de submarinos e temas conexos. 

Estas são verdadeiramente as faturas que o dr. Núncio deveria procurar resgatar, porque seria esse exercício que iria permitir o equilíbrio das finanças públicas em Portugal que, por sua vez, libertaria recursos ao Estado para apoiar mais e melhor a iniciativa privada (empresas e pessoas), da qual depende a geração de riqueza, de emprego e de bem-estar.

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