terça-feira

Papa Francisco: "Esta economia mata"

Papa Francisco: "Esta economia mata"

Francisco rejeita uma economia de exclusão e desigualdade ALBERTO PIZZOLI/AFP
Nesta exortação, de título Evangelii Gaudium" (A alegria do Evangelho) reconhece estar “aberto a sugestões” para reformar o papado. “Como bispo de Roma, cabe-me estar aberto às sugestões para que o exercício do meu ministério se torne mais fiel ao sentido que Jesus Cristo quis dar-lhe e às necessidades actuais da evangelização”, escreveu o Papa.
O Papa Francisco expressa mais claramente do que nunca as posições que tem vindo a assumir de luta contra a pobreza e a exclusão neste documento. Apelou aos políticos para que garantam a todos os cidadãos “trabalho digno, educação e cuidados de saúde”, e aos ricos para que partilhem a sua fortuna: “Tal como o mandamento ‘Não matarás’ impõe um limite claro para defender o valor da vida humana, hoje também temos de dizer ‘Tu não’ a uma economia de exclusão e desigualdade. Esta economia mata”, afirma Francisco na exortação apostólica.
O Papa Francisco diz que a renovação da Igreja não pode ser adiada, e que a hierarquia do Vaticano “tem de ouvir a chamada para a conversão pastoral”, mas reitera afirmações que já tinha feito antes, de que a reforma não passará pela ordenação de mulheres como padres – “não é uma questão que esteja aberta a discussão” –, ou pela aceitação do aborto. “Não é progressista” resolver os problemas “eliminando uma vida humana”. Reconhece no entanto que a Igreja Católica “tem feito pouco” para acompanhar as mulheres que se encontram numa situação que as leva a abortar, sobretudo num contexto de violação ou extrema pobreza, diz o El País, na leitura que fez do documento.
Outra ideia forte da exortação apostólica de Francisco é fazer “uma saudável descentralização da Igreja”, e aumentar a responsabilidade dos laicos”, que são “mantidos à margem das decisões” e sublinha que “é preciso ampliar os espaços para uma presença feminina mais incisiva na Igreja”. Os jovens devem ter também maior protagonismo na tomada de decisões, diz o Papa. “Muitas vezes, comportamo-nos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a igreja não é uma alfândega, é a casa paterna onde há lugar para todos.”
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Obs: A mensagem contida no 1º parágrafo do Papa Chico (o sublinhado é meu) poderia bem ser uma advertência ao governo português por se lhe encaixar como uma luva. E por haver já tanta desigualdade social em Portugal, um fosso cavado pelo XIX Governo (in)Constitucional, daí poderá resultar "violência", como acima se diz. Dito isto, espera-se que, doravante, o Papa Chico não seja acusado de incentivar a violência entre nós e de orquestrar uma campanha violenta tendente à demissão múltipla de Passos e Cavaco. 

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