segunda-feira

O cinismo e as euro-pressões de Durão barroso sobre o TC e o governo português


Naquele crónico ar cheio de si, como quem está prenhe de ideias absolutas acerca de tudo e de nada naquele horizonte de vazios constantes, Durão Barroso lá se arvorou no porta-voz oficioso do XIX Governo [in]Constitucional dizendo que, caso o TC não viabilize o OE-2014 imposto pelo Governo, novas medidas mais gravosas serão impostas aos portugueses.

Será bruxo, o dr. Barroso?!

Quer dizer, além da pressão directa a um órgão de soberania, o Tribunal Constitucional, Barroso dá-se ao luxo de declarar que as futuras medidas governamentais, caso o OE seja chumbado pelo TC (como deverá ser), serão piores, ou seja, os portugueses terão mais impostos e desemprego pela frente. 

Seria isto admissível ao tempo da Europa de Jacques Delors, Helmut Khol ou Mitterrand? Creio que não. Então, havia mais competência e brio profissional, menos dependência dos grandes poderes, decoro e respeito pelos órgãos de soberania dos Estados-membros da UE. 

Com esta sobreposição, com o próprio PM português a seu lado calado, caladinho, Durão arvorou-se no novo porta-voz do Governo português para as medidas difíceis. Por isso, quando os impostos aumentarem, a taxa de desemprego subir, as falências das empresas se multiplicarem ou o número de emigrantes económicos portugueses passar de 300 (diários) para 500 - os portugueses terão de parar e olhar para Bruxelas, e atirar naquela direcção. 


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