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Catástrofes naturais implicam mais investimentos em Ciência e Tecnologia (I & D)

Catástrofes naturais: 

Trata-se de fenómenos naturais súbitos, mais ou menos imprevisíveis (consoante a tecnologia disponível..), que provocam uma elevada destruição material e são responsáveis pela perda de vidas humanas. Não raro, as catástrofes naturais também podem alterar a superfície terrestre.




Actualmente já há tecnologia de previsão meteorológica que permite detectar a tendência da direcção e velocidade dos ventos que permite cenarizar o impacto possível desses fenómenos naturais na vida das pessoas e das comunidades no seu conjunto. Um impacto que destrói tudo à sua passagem, como se vê com o tufão de Haiyan (nas Filipinas) - já comparado ao tsunami de 2004, na Indonésia e que atingiu também outros países banhados pelo Oceano Índico (Malásia, Sri Lanka, Índia, Tailândia). As imagens são assustadoras, com casas de madeira literalmente destruídas e destroços pelas ruas num quadro de destruição total. 

O balanço de perdas de vidas humanas aumentou quando as autoridades perceberam que as igrejas e estádios de futebol, para onde tinham sido levadas as pessoas por precaução e segurança, também não resistiram à passagem do mega-tufão. Daí o balanço (provisório) de mortos ter disparado substancialmente. Todas as infra-estruturas da vida moderna, como as telecomunicações, electricidade foram destruídas pelo tufão. O que isola mais as pessoas umas das outras por incapacidade de comunicação entre elas, designadamente para fazer chegar ajuda de primeira necessidade e os primeiros socorros aos que ficaram feridos.

Toda esta tragédia humana, apesar da luta do Homem com a Natureza ter sido sempre desigual ao longo dos tempos, revela que a Protecção Civil das Filipinas não funcionou eficazmente na antecipação da tempestade. 

E é este cenário de catástrofe natural recorrente que coloca a necessidade do pedido de ajuda internacional, já emitido pelo governo das Filipinas à Comunidade internacional, designadamente EUA, Austrália, Nova Zelândia, ONU, União Europeia - que se perfilam já como países e OI dadoras dessa ajuda de emergência para prover aos casos mais críticos nas zonas afectadas. 

As autoridades europeias referiram que vão coordenar os "parceiros comunitários" nas operações de apoio às populações. Complementarmente, as organizações humanitárias vão também fazer chegar ajuda médica e bens de primeira necessidade, através de aviões militares que sobrevoam as zonas afectadas, já que o aeroporto sofreu danos irreparáveis na sequência do tufão. 

Sabe-se, por outro lado, que aquela zona é frequentemente afectada por tempestades tropicais. Em 2012, a região foi atingida pelo tufão Bopha que também deixou um manto de destruição, quer em número de mortos, quer em número de pessoas desaparecidas e destruição física de bens. 

Todas estas realidades trágicas obrigam os Estados, as Organizações Internacionais, as ONGs, todo o saber instalado a repensar a relação entre o processo de cooperação e de saberes especializados para prevenir com mais eficiência situações futuras desta natureza extrema. 

Na prática, e tomando por adquirido que as forças destruidoras da Natureza levam sempre a melhor sobre a capacidade de defesa humana, há que reflectir criticamente sobre os modelos de cooperação "tecnocrático e decisionista" vigentes que, consabidamente, não são os mais ajustados à natureza dos perigos deste tipo de eventos extremos. 

O reconhecimento deste facto, de extrema importância para os modelos de decisão política estudados pelas Ciências Sociais e Humanas, devem levar as Administrações a repensar que a inegável influência da ciência e da técnica (e da tecnologia disponível pelas sociedades) e da I & D (investigação e desenvolvimento) ainda é muito insuficiente para enfrentar estes perigos. 

Talvez seja esta insuficiência e impotência que aconselhe a um maior investimento em Ciência & Tecnologia nos próximos anos. Mas para que tal aconteça, os Estados têm que contemplar os recursos necessários nos respectivos orçamentos para realizar esse planeamento estratégico que permite salvar vida humanas e proteger os bens e o ambiente. 


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