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Haiyan, um dos maiores tufões de sempre a atingir a terra, já fez 1200 mortos

Haiyan, um dos maiores tufões de sempre a atingir a terra, 

já fez 1200 mortos

Com ventos a atingir os 379 km/h e ondas de 15 metros, as autoridades calculam que o Haiyan foi um dos tufões a chegar a terra com mais intensidade desde que há registos – classificado na categoria cinco, a mais elevada na escala de Saffir-Simpson. “O nível de destruição causado pelo tufão Haiyan é extenso e devastador, e infelizmente tememos que vão ser perdidas muito mais vidas”, disse a directora da organização Save the Children nas Filipinas, Anna Lindenfors, citada pela BBC.
De acordo com fontes da aviação do país, citadas pela BBC ao início da manhã de sábado, havia pelo menos 100 corpos visíveis nas ruas de Tacloban, cidade de 220 mil pessoas na região central das Filipinas, e os jornalistas referem pelo menos mais 20 dentro de uma igreja na mesma zona. Horas mais tarde, um porta-voz da Cruz Vermelha filipina elevou o balanço de mortos naquela cidade para 1000 e disse que outras 200 pessoas terão morrido em zonas mais isoladas da região. A maioria dos edifícios da cidade ruíram, muitas zonas ficaram inundadas e foram registados aluimentos de terras, descreve o Guardian. Na região há dezenas de pequenas aldeias completamente cortadas do mundo, onde ainda não é possível sequer fazer chegar ajuda, ou avaliar o nível dos estragos.
As organizações humanitárias estão agora a tentar chegar a Tacloban com ajuda médica e bens de primeira necessidade, através de aviões militares, já que o aeroporto da cidade está inoperacional depois dos danos do Haiyan. As comunicações e electricidade também deixaram de funcionar na maior parte dos locais, sendo que em alguns casos foram antecipadamente cortadas por precaução, refere a Reuters.
Estes números contrariam as expectativas iniciais das autoridades filipinas e das equipas de salvamento, que tinham dito que por terem evacuado antecipadamente algumas áreas e por o tufão ter tocado muito rapidamente o território esperavam ter reduzido muito o seu impacto e falavam apenas em três ou quatro mortos. Mesmo assim o cenário está longe de ter chegado ao que as autoridades alertaram: os meteorologistas dos serviços oficiais do país avisaram que a tempestade poderia ser tão destruidora como o tufão Bopha – que em 2012 ultrapassou a marca dos 1000 mortos – e por isso muitos serviços foram encerrados e as aulas canceladas.
O coordenador das equipas de salvamento, Eduardo del Rosario, tinha dito na sexta-feira à Associated Press que o impacto da passagem do Haiyan poderia ser limitado pela antecipada evacuação das áreas afectadas. E o tenente-general Roy Deveraturda disse à mesma agência noticiosa que a rápida passagem do tufão “pode ter ajudado a reduzir o seu potencial de destruição”.
Tufão a caminho do Vietname
O Haiyan é o 25º tufão a atingir o país neste ano e dirige-se agora para o Vietname e para o Sul da China, onde deverá abrandar para a categoria 3. Mesmo assim, sobretudo nas zonas costeiras, as autoridades de protecção civil do Vietname já estão a activar alguns planos de emergência e a evacuar as zonas de maior perigo, prevendo-se que o tufão chegue no domingo.

Esta região é frequentemente afectada por tempestades tropicais. Há um ano, o tufão Bopha deixou também um rasto de destruição nas Filipinas, fazendo pelo menos 1800 mortos e deixando também várias pessoas desaparecidas. Em Agosto de 2009, o tufão Morakot matou 600 em Taiwan. Em Hong Kong as vítimas mortais são mais raras, com o último balanço mais trágico a remontar a 1971, quando 110 pessoas morreram com a passagem do tufão Rose.
Notícia actualizada às 13h41 com o número de mortos avançado pela Cruz Vermelha

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